Declínio de vendas anuais deve atingir todas as atividades do comércio varejista, exceto supermercados e farmácias

A queda de vendas do comércio em 2020 deverá ser metade do esperado devido aos efeitos do auxílio emergencial no consumo.
O faturamento do varejo neste ano recuaria 13,8%, mas, com o pagamento de R$ 600 a desempregados, informais e beneficiários do Bolsa Família, a retração deve ficar em 6,7%, segundo estudo da Fecomércio SP, com base em dados de todo o Brasil.
Mesmo menor, a queda no setor equivale a uma perda de R$ 141 bilhões em relação à receita de 2019.
De acordo com estimativas do comércio, a redução da estrutura de empresas varejistas decorrente da pandemia pode levar ao fechamento de mais de 202 mil empresas, das quais 197 mil de pequeno porte. Como consequência, quase 980 mil postos de trabalho devem ser destruídos.
A avaliação do segmento é que a concessão do auxílio emergencial por cinco meses (de abril a agosto) foi decisiva para que não se tivesse um grau de deterioração ainda mais contundente não apenas sobre o varejo, mas também sobre todos os elos que compõem a cadeia produtiva nacional, com reflexos ainda mais incisivos sobre a renda e o desemprego no país.
A atividade mais afetada pela pandemia foi a de vestuário, que deve encerrar o ano com faturamento 25% abaixo do movimento de 2019.
Só em abril, o auge das medidas de isolamento social como forma de evitar a propagação da covid-19, o recuo foi de mais de 81% ante o mesmo mês de 2019.
“Embora a taxa de quase 7% possa ser avaliada como amena, não se deve esquecer que ela tem como referência o faturamento de 2019, ou seja, considerando que não ocorresse nenhum crescimento em 2020”, destaca o estudo, ressaltando que as estimativas pré-crise indicavam uma tendência de aumento das vendas de 4% neste ano.
Essa previsão, somada aos quase 7% de projeção de queda neste ano, significa na prática um prejuízo potencial de cerca de 11% no faturamento do comércio no Brasil em 2020.
A equipe econômica discute atualmente a prorrogação do auxílio emergencial até dezembro, mas ainda não bateu o martelo sobre o valor do benefício. A despesa mensal do auxílio está em R$ 51,5 bilhões.
Com informações do Estadão Conteúdo
Presidente Bolsonaro continua fazendo um ótimo governo, apesar de estar cerdado de inimigos poderosos.