A empresa de coworking WeWork entrou com um pedido de recuperação judicial. A solicitação foi feita junto ao Tribunal Federal do Estado de Nova Jersey, nos Estados Unidos (EUA), na última segunda-feira, 7.
Nos EUA, o processo de recuperação judicial se assemelha ao do Brasil. Em ambos os países, as empresas podem se reestruturar e continuar suas operações, além de renegociar dívidas.
De acordo com a companhia, o pedido de recuperação judicial está limitado às localizações da WeWork nos EUA e no Canadá.
A companhia informou, antes de entrar com o pedido, que já havia firmado acordos com a maioria de seus credores. Além disso, a empresa afirmou que pretendia reduzir os contratos de locação “não operacionais”. A empresa relatou dívidas totais no total de US$ 18,65 bilhões.
“Estou profundamente grato pelo apoio de nossos stakeholders financeiros à medida que trabalhamos juntos para fortalecer nossa estrutura de capital e acelerar esse processo por meio do acordo de apoio à reestruturação”, disse o CEO da WeWork, David Tolley, em comunicado enviado à imprensa.
“Permanecemos comprometidos em investir em nossos produtos, serviços e equipe de funcionários de classe mundial para apoiar nossa comunidade”, acrescentou Tolley.
WeWork foi avaliada em US$ 47 bilhões em 2019
Avaliada em 2019 em US$ 47 bilhões em 2019 pelo banco japonês Softbank, A WeWork sofreu um dos maiores colapsos corporativos dos EUA nos últimos anos.
A empresa fez sua oferta pública inicial (IPO) de ações na Bolsa de Valores de Nova York (Nasdaq) em 2021. A estreia na bolsa ocorreu depois de uma tentativa falha em 2019.
Apesar da estreia na bolsa norte-americana em 2021, desde então a empresa perdeu cerca de 98% de seu valor. Na segunda-feira, 7, as ações da companhia estavam sendo negociadas por U$ 0,83.
CEO da WeWork diz que pedido de recuperação judicial foi decepcionante
O cofundador e ex-CEO da WeWork, Adam Neumann, disse que o pedido de recuperação judicial nos EUA foi “decepcionante”
“Tem sido desafiador para mim observar de fora desde 2019 enquanto a WeWork falhava em aproveitar um produto que hoje é mais relevante do que nunca”, disse Neumann, em uma declaração à emissora norte-americana CNBC.
“Acredito que, com a estratégia e equipe certas, uma reorganização permitirá que a WeWork ressurja com sucesso”, prosseguiu Neumann.
A WeWork tinha perto de US$ 16 bilhões em obrigações de locação de longo prazo, de acordo com arquivos de valores mobiliários dos EUA. Atualmente, a empresa aluga um total de 777 localizações ao redor do mundo, segundo arquivos regulatórios.
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No processo de recuperação nos EUA, a WeWork contratou a Kirkland & Ellis e Cole Schotz como consultores jurídicos. A PJT Partners servirá como banco de investimento da companhia, com apoio do C Street Advisory Group e da Alvarez & Marsal.
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