Charles Sanders Peirce, nascido em 10 de setembro de 1839, foi um filósofo e físico norte-americano que estabeleceu as bases da semiótica. Ele era filho de Benjamin Peirce, um renomado matemático e professor de Harvard, onde Pierce estudou e formou em química em 1863.
Entre 1864 e 1884, Charles Peirce deu aulas de lógica e filosofia, de maneira intermitente, em Harvard e Johns Hopkins, mas nunca teve um cargo estável. Em 1877, ele foi o primeiro delegado dos EUA no Congresso Internacional Geodésico.
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O filósofo Charles Peirce fundou o Clube Metafísico e publicou dois artigos essenciais para o pragmatismo: “A Fixação da Crença” e “Como Esclarecer Nossas Ideias” (1878). A maioria de seus trabalhos foi publicada postumamente, incluindo “Collected Papers” (1931-1938), com mais de 100 mil páginas de resenhas e ensaios.
Seu sistema filosófico, conhecido como pragmatismo, postula que a validade de um objeto ou conceito reside nos efeitos práticos de seu uso. A verdade de uma ideia ou objeto pode ser medida pela pesquisa científica sobre sua utilidade.
Entre suas obras estão “Photometric Researches” (1878) e “Studies in Logic” (1883). Seus experimentos com pêndulos em 1861 ajudaram a determinar a densidade e a forma da Terra e contribuíram para pesquisas sobre ondas de luz. O filósofo também trabalhou na ampliação da álgebra de George Boole até 1885.
A ontribuição de Charles Pierce na filosofia
Charles Peirce é conhecido principalmente por ser um dos fundadores do pragmatismo, uma corrente filosófica que enfatiza a aplicação prática das ideias como critério para sua veracidade. No entanto, o pragmatismo de Peirce era mais complexo do que as versões simplificadas que foram posteriormente promovidas por outros filósofos, como William James. Peirce preferia o termo pragmaticismo para diferenciar suas ideias das de seus contemporâneos.
O físico acreditava que o significado de uma ideia ou conceito está nos efeitos práticos e verificáveis que ela tem no mundo real. Ele formulou a ideia do “método pragmático”, que visava clarificar conceitos ao verificar suas implicações práticas e observáveis.
Além do pragmatismo, foi um dos pioneiros da semiótica, a teoria geral dos sinais e significações. Ele desenvolveu uma tipologia de signos que ainda é amplamente estudada, distinguindo entre ícones, índices e símbolos. Sua lógica triádica (representada por esse modelo tripartite) também foi inovadora, diferindo da lógica binária tradicional.
Peirce também fez avanços significativos em lógica matemática. Ele é creditado por ter desenvolvido, de forma independente de George Boole, a álgebra booleana, que se tornaria fundamental para a computação moderna.
Vida pessoal e morte
Apesar de sua genialidade, a vida pessoal e profissional de Charles Peirce foi marcada por dificuldades. Ele tinha uma personalidade temperamental e conflitos com colegas e instituições acadêmicas. Por essa razão, teve dificuldades em manter posições estáveis em universidades. Ao ser demitido da Johns Hopkins University em 1884, teve o fim de sua carreira acadêmica formal.
Além disso, Peirce enfrentou dificuldades financeiras ao longo da vida. Ele se mudou para Milford, Pensilvânia, com sua segunda mulher, Juliette, onde passou seus últimos anos em relativa obscuridade, vivendo em condições modestas e lutando para sobreviver financeiramente. Muitas de suas ideias e escritos só seriam reconhecidos e valorizados postumamente.
Charles Sanders Peirce morreu em 19 de abril de 1914, em Milford, em circunstâncias de relativa pobreza. Ele foi enterrado em um túmulo simples, sem grandes honrarias na época de sua morte.
Seu legado, no entanto, cresceu imensamente ao longo do século XX. Hoje, ele é considerado um dos maiores filósofos americanos, e suas ideias sobre o pragmatismo, semiótica e lógica são amplamente estudadas. O trabalho de Peirce serviu de base para muitos desenvolvimentos em filosofia, linguística, ciências cognitivas e teoria da informação.