O poeta, crítico de arte e ensaísta Ferreira Gullar nasceu em São Luís, no Maranhão, em 10 de setembro de 1930. Ele se destacou como um dos fundadores do neoconcretismo e construiu a carreira a partir de uma vasta produção literária e de contribuições significativas à cultura brasileira.
+ Leia mais notícias de História em Oeste
Nascido José Ribamar Ferreira, ele adotou o sobrenome Gullar, de sua mãe, para criar um pseudônimo. Começou a escrever poesia jovem e lançou seu primeiro livro, Um Pouco Acima do Chão, em 1949.
O estilo literário de Ferreira Gullar
Foi com A Luta Corporal (1954) que ganhou reconhecimento e definiu seu estilo inovador. Inicialmente ligado ao concretismo, movimento que buscava uma poesia mais objetiva e experimental, Gullar posteriormente se afastou desse movimento para desenvolver uma abordagem mais pessoal e emotiva em sua poesia.
Na década de 1960, Gullar emergiu como um dos principais líderes do movimento neoconcretista, que rejeitava a rigidez formal do concretismo em favor de uma arte mais fluida e subjetiva. O Manifesto Neoconcreto de 1959, escrito por ele, foi um marco nesse movimento.
A atuação como crítico de arte
Além de sua carreira literária, Gullar também se destacou como crítico de arte. Escreveu sobre artistas brasileiros e internacionais em diversas publicações.
Seu trabalho como crítico influenciou o pensamento artístico no Brasil e promoveu o desenvolvimento da arte contemporânea no país.
+ 9 de setembro na História: nasce o empresário Beto Carrero
Paralelamente, sua vida foi marcada por engajamento político. Durante o regime militar no Brasil (1964-1985), foi preso e posteriormente exilado.
O exílio do escritor
Seu Poema Sujo (1976), escrito durante o exílio, é uma das obras mais conhecidas da literatura brasileira do século 20. Ali, o autor expressa a angústia e a revolta diante da repressão política.
Militante do Partido Comunista Brasileiro (PCB), Gullar viveu na União Soviética, na Argentina e no Chile durante o exílio. Depois de retornar ao Brasil, em 1977, continuou a produzir poesia e ensaios.
As premiações
Gullar recebeu diversas premiações ao longo da carreira, incluindo o prêmio Jabuti, com o livro de poesias Em Alguma Parte Alguma, e o prêmio Camões. Em dezembro de 2014, tomou posse na cadeira número 37 da Academia Brasileira de Letras (ABL).
Confira a cerimônia que empossou Gullar na ABL:
Nos últimos anos de vida, Gullar manifestou desilusão com o socialismo e se tornou crítico dos governos de esquerda. O escritor faleceu em 4 de dezembro de 2016, aos 86 anos, no Rio de Janeiro, em virtude de problemas respiratórios que culminaram em uma pneumonia.
Leia também: “9 de setembro na História: nasce Liev Tolstói, o maior nome da literatura russa”