A Crise dos Mísseis em Cuba refere-se ao intenso conflito entre a União Soviética e os Estados Unidos que teve início em 14 de outubro de 1962. Trata-se de um dos momentos mais tensos da Guerra Fria.
O conflito surgiu da decisão do Partido Comunista da URSS de oferecer apoio mais direto à ditadura cubana de Fidel Castro — especialmente depois da fracassada invasão da Baía dos Porcos, que demonstrou que os EUA não tolerariam um governo pró-soviético tão perto de suas fronteiras.
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Para a URSS, Cuba representava uma plataforma estratégica para fomentar revoluções pró-soviéticas na América Latina. Além disso, sua proximidade com a Flórida oferecia uma oportunidade militar para ameaçar os Estados Unidos. Isso seria equiparável à ameaça que os mísseis norte-americanos na Turquia representavam para os soviéticos. Em resposta, o líder soviético, Nikita Khrushchev, decidiu instalar bases de mísseis em Cuba, de maneira a garantir que a ilha pudesse atingir os Estados Unidos e conter armamentos nucleares.
Como teve início a Crise dos Mísseis
A descoberta da instalação de mísseis ocorreu por meio de fotografias tiradas por um avião espião norte-americano U-2. Analistas da CIA informaram o presidente John F. Kennedy que as estruturas em Cuba pareciam ser de mísseis ainda não operacionais, mas que se tornariam funcionais em breve.
Em 22 de outubro de 1962, Kennedy fez um discurso televisionado de 17 minutos, em que anunciou uma quarentena naval em torno da ilha. Para implantar essa medida, navios e aviões de guerra norte-americanos foram mobilizados. Em resposta, Khrushchev enviou uma mensagem a Kennedy no dia 24 de outubro para afirmar que a União Soviética via o bloqueio como um ato de agressão e não desviaria seus navios. No entanto, na manhã seguinte, os barcos soviéticos desaceleraram e mudaram suas rotas.
No dia 27 de outubro, a situação se intensificou quando um avião espião U-2 foi abatido por um míssil SAM soviético, enquanto sobrevoava Cuba. Apesar disso, nesse mesmo dia, Khrushchev ofereceu a Kennedy a desativação das bases de mísseis nucleares em Cuba, em troca da garantia de que os EUA não invadiriam a ilha e também do desmantelamento das bases de mísseis nucleares norte-americanos na Turquia.
Depois de negociações secretas, das quais Fidel Castro foi excluído, Kennedy concordou com os termos. Esse acordo foi mantido em sigilo por pelo menos seis meses, para garantir que a não invasão a Cuba e o desarmamento das bases não fossem divulgados publicamente. Assim, a crise foi resolvida sem que nenhuma das potências demonstrasse fraqueza ou derrota.
No fim da Crise dos Mísseis, estabeleceu-se uma linha direta de comunicação entre a Casa Branca e o Kremlin, para facilitar a comunicação em momentos de crise. Em 29 de outubro de 1962, Khrushchev enviou a Fidel Castro uma notificação sobre os termos do acordo entre soviéticos e norte-americanos a respeito de Cuba.