Em 15 de outubro de 1993, Nelson Mandela e Frederik Willem de Klerk (F.W. de Klerk) receberam prêmio Nobel da Paz. A homenagem foi um reconhecimento aos esforços de ambos para pôr fim ao apartheid, sistema de segregação racial na África do Sul.
A escolha da dupla refletiu o papel que ambos desempenharam na busca por uma solução pacífica para as tensões raciais e políticas no país.
+ Leia mais notícias de História em Oeste
Mandela, então líder do Congresso Nacional Africano (CNA) e figura central na resistência ao apartheid, e De Klerk, presidente da África do Sul na época, iniciaram negociações que culminaram na transição para um governo multirracial.
Nascido em 1918, Nelson Mandela era formado em Direito e atuou ao longo de sua vida na defesa dos direitos humanos e em causas antirracistas.
Nelson Mandela foi preso por traição e sabotagem
No início de sua militância, Mandela defendia a resistência pacífica. No entanto, o ativista se envolveu em movimentos que o levaram a ser acusado de traição e outros crimes. Ele acabou preso em 1962.
Dois anos depois, Mandela foi condenado à prisão perpétua, depois de um julgamento em que admitiu seu papel na luta contra o apartheid. Ao todo, ele passou 27 anos em cárcere e só foi solto em 1990, em meio à pressão internacional e ao crescente movimento por reformas dentro do país.
Frederik Willem de Klerk, por sua vez, assumiu a presidência da África do Sul em 1989. Ele pertencia a uma linhagem de líderes do Partido Nacional.
A sigla de F.W. Klerk chegou ao poder em 1948 e instaurou o apartheid. Seu tio, JG Strijdom, foi o segundo primeiro-ministro nesse regime, e seu pai, Jan de Klerk, serviu como ministro do gabinete de três primeiros-ministros.
Leia mais
Associado à ala conservadora do Partido Nacional, F.W.de Klerk se envolveu com organizações nacionalistas afrikaner na juventude, antes de ingressar no parlamento do apartheid no início dos anos 1970.
Como ministro da educação entre 1984 e 1989, foi o principal responsável pela implementação da “educação Bantu”, que reforçava uma hierarquia racial, que limitava as possibilidades educacionais para negros.
O ex-presidente, no entanto, iniciou uma série de reformas que incluíram o levantamento da proibição de organizações como o CNA e a libertação de presos políticos, entre eles Mandela.
Em 1990, F.W. de Klerk formalmente iniciou o processo de desmantelamento do apartheid e convocou negociações com líderes de diferentes grupos políticos para criar uma nova Constituição.
Em 1994, depois das primeiras eleições multirraciais na África do Sul, Mandela se tornou presidente e De Klerk foi seu vice.
Mandela recebeu outras distinções internacionais ao longo de sua vida, entre elas a Ordem de St. John, conferida pela rainha Elizabeth II, e a Medalha Presidencial da Liberdade, entregue pelo ex-presidente dos Estados Unidos George W. Bush.
Leia também: “Quem é o deputado contra o Dia Mundial de Nelson Mandela”
Em 2006, a Anistia Internacional também o homenageou com o prêmio Embaixador de Consciência, que reconheceu seu papel na defesa dos direitos humanos.
Em 1997, F.W. de Klerk se retirou da política e encerrou a participação no governo, enquanto Mandela continuou engajado em atividades humanitárias.
27 de outubro na História: nasce o escritor Graciliano Ramos 
