Em 16 de outubro de 2018, morreu o jornalista policial Gil Gomes. Dono de um estilo inconfundível de narrar e gesticular as histórias, o profissional faleceu aos 78 anos, depois de enfrentar um câncer.
Nascido em 30 de junho de 1940, no bairro da Mooca, em São Paulo, Gil Gomes passou por dificuldades na juventude devido à gagueira. Para superá-la, começou a imitar locutores esportivos, como os que ouvia no rádio, o que despertou nele o interesse pela comunicação.
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Sua estreia como locutor, no entanto, aconteceu somente aos 18 anos e inaugurou uma carreira que se estenderia por cinco décadas.
Em 1968, Gil Gomes iniciou sua trajetória no jornalismo policial, uma área que o consagraria ao longo dos anos. Com uma forma dramática e marcante de contar histórias, ele se destacava pela capacidade de captar a atenção do público.
Mas foi na televisão, especialmente no programa Aqui Agora do SBT, que Gil consolidou sua imagem e se tornou uma figura conhecida nacionalmente. O programa, que explorava um formato inovador de jornalismo popular, dava voz a temas cotidianos e trazia ao público reportagens com um tom intenso e direto.
Nesse ambiente, Gil Gomes desenvolveu uma estética única: vestia-se de forma peculiar, com camisas de cores fortes e gesticulava com vigor. Sua voz rouca e pausada, somada à gesticulação expressiva, logo se tornaram sua marca registrada.
Gil Gomes enfrentou críticas de sensacionalismo
Ao longo dos anos, Gil Gomes também foi alvo de críticas pela abordagem sensacionalista em suas reportagens. Ainda assim, ele influenciou uma geração de comunicadores e inspirou imitadores em programas de humor.
Mas, em 2005, o jornalista foi diagnosticado com mal de Parkinson, o que o afastou dos microfones e das câmeras. A doença afetou sua mobilidade e dicção.
Depois de mais de uma década fora dos holofotes, ele retornou brevemente à televisão em 2016, com reportagens e comentários em um canal que encerrou suas atividades no ano seguinte.
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A morte de Gil Gomes encerrou uma carreira marcada por uma relação próxima com o público, que o reconhecia não apenas como repórter, mas como uma figura emblemática da crônica policial brasileira.