No dia 17 de setembro de 1965, quatro ingleses chegaram à feira de carros Frankfurt Motor Show, na Alemanha, depois de atravessar o Canal da Mancha em dois veículos anfíbios.
Carros anfíbios podem se locomover em terra firme e na água.
Eles enfrentaram a força das correntes e dos ventos, tiveram o motor afogado, mas conseguiram fazer a travessia com dois destes veículos em um tempo de sete horas.
O projeto do “Amphicar” é do engenheiro alemão Hans Trippel. O profissional se inspirou no anfíbio da Volkswagen, Schwimmwagen, para poder criar o veículo. O modelo serviu às Forças Armadas alemãs na Segunda Guerra Mundial.
A travessia do Canal da Mancha
Os quatro ingleses deixaram Londres na manhã do dia 16 de setembro de 1965 com dois carros e seguiram até Dover, ainda na Inglaterra. A partir desse ponto, cruzaram o Canal da Mancha até a França.
Durante o trajeto, um dos veículos sofreu o bloqueio de uma bomba e ficou inundado. O outro Amphicar teve de rebocar o carro até a praia.
Quando eles chegaram a Calais, no lado francês, os quatro viajantes arrastaram o carro da praia para um posto de gasolina. No dia seguinte, eles chegaram a Frankfurt.
Uma empresa chamada Grupo Quandt produziu os Amphicars de 1961 a 1968. A potência era de 43 cavalos e motor Triumph Herald de quatro cilindros.
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Em terra, os carros tinham um câmbio manual de quatro velocidades e marcha ré. Na água, eles usavam uma caixa de câmbio de duas velocidades: para a frente e para trás.
Os construtores apelidaram o carro de 770. A carroceria recebeu esse nome porque, teoricamente, atingia uma velocidade de 7 milhas por hora (11,2 km/h) na água e 70 milhas por hora (112,2 km/h) em terra.
Contudo, atingir essas marcas na prática era difícil. De acordo com um proprietário, o veículo era “o carro mais rápido na água e o barco mais rápido na estrada”.
Fim da produção e legado dos carros anfíbios
Os Estados Unidos recebeu cerca de 3 mil Amphicars. Por causa dos padrões exigidos por uma lei de poluição do ar que o Amphicar não conseguiu atender, a produção dos veículos parou em 1968.
Estima-se que entre 300 e 600 veículos ainda estejam nas estradas nos dias de hoje.