A Guerra dos Farrapos, também conhecida como Revolução Farroupilha, foi um importante confronto armado que ocorreu no Brasil, no século 19, entre 1835 e 1845. Esse conflito teve como causa principal a insatisfação dos fazendeiros do Rio Grande do Sul com a alta carga tributária imposta pelo governo imperial e a centralização do poder que limitava a autonomia das províncias.
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A posição periférica da Província de São Pedro do Rio Grande no cenário econômico e político do Brasil pós-Independência também impulsionou o movimento.
Enquanto outras Províncias exportavam produtos primários, como açúcar e café, para mercados internacionais, o Rio Grande do Sul produzia majoritariamente para o mercado interno. A região se destacava na produção de charque e couro, que eram severamente tributados.
Os líderes regionais estavam descontentes com a forma como o governo central gerenciava a economia e a administração das Províncias, especialmente em um período de crescimento econômico que beneficiava principalmente o eixo Rio-São Paulo.
O descontentamento culminou na proclamação da República Rio-Grandense em 1836, que visava a estabelecer um governo independente no sul do Brasil. Os farroupilhas, liderados por figuras como Bento Gonçalves e David Canabarro, lutaram por uma maior autonomia política e liberdade econômica.
Durante o conflito, os insurgentes enfrentaram não apenas as forças imperiais. Eles também enfrentaram desafios internos. Havia a necessidade de estabelecer uma administração funcional e lidar com as diferenças entre os diversos grupos que compunham o movimento.
O conflito terminou com a assinatura do Tratado de Poncho Verde, em 1845. Esse tratado resultou em algumas concessões ao Rio Grande do Sul, mas manteve a integridade do Império Brasileiro.
Memória da Guerra dos Farrapos
A Guerra dos Farrapos teve um impacto significativo na história do Brasil. Ela evidenciou as tensões entre as Províncias e o governo central. Além disso, influenciou o futuro movimento federalista no país.
Atualmente, a Revolução Farroupilha é celebrada no Rio Grande do Sul como um símbolo de resistência e luta por direitos. No dia 20 de setembro, são realizadas diversas atividades culturais e históricas para honrar a memória dos que lutaram pela autonomia e justiça na região.
Tenho orgulho de ser gaúcho. Muitos estranham comemorarmos uma guerra que foi perdida, mas o que conta, para a maioria dos gaúchos é o significado que a revolução teve , pois foi a primeira vez que uma província não aceitou a exploração do governo central e lutou bravamente por essa causa.
Esse movimento ainda habita a vontade de muitos gaúchos em formar uma República em conjunto com catarinenses e paranaenses.
Até pouco tempo era possível ver nos vidros dos automóveis dos 3 estados um adesivo com os dizeres “O Sul é meu País.”
Correção: A Proclamação da República Rio-Grandense foi em 11 de Setembro de 1836.