Em 25 de outubro de 1944, durante a Batalha do Golfo de Leyte, os pilotos japoneses realizaram o primeiro ataque kamikaze da Segunda Guerra Mundial. Essa tática suicida visava aos navios de guerra dos Estados Unidos, numa reação do Império Japonês frente à pressão militar dos Aliados.
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Naquele dia, uma esquadrilha de cinco caças Mitsubishi A6M Zero, liderada pelo piloto Yukio Seki, atacou o porta-aviões USS St. Lo. O impacto resultou em incêndios a bordo, que levaram à destruição do navio e à morte de 140 soldados norte-americanos.
Seki, em declarações antes da missão, expressou sua motivação pessoal. Ele afirmou que não morreria apenas pelo imperador, mas para proteger sua esposa. Esse ataque foi parte de uma estratégia mais ampla, do vice-almirante Takijiro Onishi.
Ele buscava soluções criativas para um exército que enfrentava sérias dificuldades. Com a introdução do caça americano F6F Hellcat e perdas significativas em confrontos anteriores, como na Batalha do Mar das Filipinas, o Japão buscava um meio de reverter a maré da guerra.
Japão adota plano suicida de ataque
Nos meses seguintes, os ataques kamikaze se tornaram uma tática recorrente. Eles resultaram na morte de mais de 5 mil pilotos e no naufrágio de 34 navios aliados. Embora esses ataques causassem danos, eles não impediram a vitória dos Aliados em áreas estratégicas, como as Filipinas e Iwo Jima.
O recrutamento dos kamikazes frequentemente envolvia estudantes universitários, que eram pressionados a se alistar. Embora o governo afirmasse que a decisão era voluntária, muitos enfrentavam intensa pressão social e militar. O processo incluía discursos patrióticos e ritualísticas que reforçavam a importância do sacrifício pela nação.
Durante suas missões, os kamikazes preparavam-se com uma série de rituais, incluindo a escrita de poesias e o consumo de saquê. Em geral, os pilotos tinham como alvo os porta-aviões aliados e enfrentavam resistência significativa dos caças americanos, que utilizavam radar para detectá-los.
Os ataques kamikaze não apenas marcaram a guerra, mas também deixaram um legado complexo, o qual se discute até hoje.
Veja 10 curiosidades sobre os kamikaze
- Significado: “kamikaze” significa “vento divino” em japonês, referindo-se a um tufão que, segundo a lenda, salvou o Japão de invasões;
- Estratégia: as ataques kamikaze foram uma resposta ao desespero militar do Japão em 1944, quando suas forças enfrentavam derrotas consecutivas;
- Pilotos jovens: a maioria dos kamikazes era composta por estudantes universitários, frequentemente recrutados com grande pressão social;
- Rituais: antes dos voos, os kamikazes realizavam rituais, como escrever poesias e beber saquê;
- Códigos de honra: muitos pilotos levavam itens pessoais, como espadas, e usavam faixas na cabeça (hachimaki) como parte de sua preparação;
- Treinamento rigoroso: o treinamento incluía táticas específicas para garantir que os pilotos não falhassem em seus objetivos;
- Variedade de aeronaves: embora os Mitsubishi A6M Zero fossem os mais conhecidos, outros tipos de aeronaves também estiveram nos ataques;
- Confrontos diretos: os kamikazes frequentemente enfrentavam caças americanos, que estavam equipados com tecnologia avançada, como radar;
- Legado: os ataques kamikaze são exemplos de táticas suicidas em conflitos militares;
- Impacto: a estratégia kamikaze teve um impacto no moral das tropas aliadas e nas percepções sobre a guerra no Pacífico.