Em setembro de 2005, o Exército Republicano da Irlanda (IRA) anunciou oficialmente o completo desarmamento da corporação. O movimento encerrou uma das mais longas campanhas armadas da Europa Ocidental.
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O processo ocorreu dois meses depois do anúncio de que o grupo abandonaria as armas, como parte de um esforço para consolidar o “processo de paz” na Irlanda do Norte.
O desmantelamento do arsenal, que incluía munições, explosivos e mísseis, foi supervisionado por uma equipe de inspetores independentes. Entre eles, estavam o padre católico Alex Reid e o pastor protestante Harold Good, além de observadores da Finlândia e dos Estados Unidos, que atestaram o cumprimento do acordo.
O IRA foi fundado em 1919, no contexto da luta pela Independência da Irlanda, em relação ao Reino Unido.
Na década de 1960, o grupo se reorganizou como o braço militar do partido político nacionalista irlandês, o Sinn Féin, em busca da reunificação do país.
The Troubles marcou fim da luta armada na Irlanda
Durante o período de conflito conhecido como The Troubles, entre 1969 e 1998, o IRA e facções dissidentes adotaram táticas de guerrilha e ataques terroristas, com o objetivo de enfraquecer a presença britânica na Irlanda do Norte.
Estima-se que, ao longo de três décadas, o conflito tenha causado cerca de 3,5 mil mortes, entre civis, militares e membros de grupos paramilitares.
O Acordo de Belfast, ou Acordo de Sexta-Feira Santa, assinado em 1998, foi um marco da época. Ele estabeleceu um governo de coalizão e colocou fim à luta armada de larga escala.
Contudo, o IRA resistiu por anos para desmantelar completamente seu arsenal, o que gerou desconfiança entre a população protestante da Irlanda do Norte.
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O desarmamento de 2005 foi considerado um avanço no processo de pacificação, embora grupos dissidentes, como o Real IRA e o Continuity IRA, tenham rejeitado a iniciativa.
Apesar disso, o desarmamento representou um passo significativo rumo à estabilidade na região.