Nascido em Montes Claros, Minas Gerais, no dia 26 de outubro de 1922, Darcy Ribeiro foi um antropólogo, político e escritor brasileiro. Acadêmicos o consideram uma figura central na história brasileira por sua atuação nas áreas de educação, cultura e direitos dos povos indígenas.
Em 1961, em colaboração com o arquiteto Oscar Niemeyer, fundou a Universidade de Brasília (UnB), onde idealizou um modelo educacional voltado para a interdisciplinaridade e a formação de uma nova geração de acadêmicos.
No governo de João Goulart, como ministro da Educação e também na Casa Civil, Ribeiro contribuiu para a formulação de políticas públicas voltadas para o acesso e a qualidade da educação básica. Ele era filiado ao Partido Democrático Trabalhista (PDT).
Durante o governo de Leonel Brizola no Rio de Janeiro, ele idealizou os Centros Integrados de Educação Pública (Cieps), escolas de turno integral voltadas para a formação integral de crianças e adolescentes, com foco no desenvolvimento social e educativo, muitas vezes situadas em áreas vulneráveis.
Nos últimos anos de sua vida, Darcy Ribeiro continuou ativo intelectualmente e politicamente, mas enfrentou problemas de saúde, especialmente com um câncer diagnosticado no final da década de 1980.
Mesmo com a doença, ele se dedicou a finalizar O Povo Brasileiro, livro publicado em 1995. Em paralelo, atuou como senador, cargo que ocupou até o fim de sua vida.
Atuação de Darcy Ribeiro na causa indígena
Ribeiro também foi um ativista da causa indígena. Durante sua trajetória, dedicou-se ao Serviço de Proteção aos Índios (SPI) e depois ao Parque Indígena do Xingu, um dos primeiros e maiores territórios indígenas protegidos no Brasil.
Com esse projeto, Darcy Ribeiro buscou garantir os direitos e preservar a cultura dos povos indígenas brasileiros, sendo amplamente reconhecido por seu papel pioneiro nessa área.
Carreira literária
Darcy escreveu O Povo Brasileiro, uma análise sobre a formação do povo brasileiro e as contribuições culturais dos povos indígenas, africanos e europeus. Essa obra, publicada em 1995, tornou-se referência para o entendimento da identidade cultural do Brasil.
Além de O Povo Brasileiro, Darcy Ribeiro publicou obras que atravessam ficção, ensaios e estudos antropológicos. Entre seus romances, destacam-se Maíra (1976), que explora o encontro e conflito entre culturas indígenas e ocidentais, e O Mulo (1981), um mergulho nas questões identitárias brasileiras. Outra obra, Utopia Selvagem (1982), mistura ficção com ensaio, abordando os dilemas culturais do Brasil.
No campo dos ensaios, Darcy contribuiu com títulos fundamentais, como A Universidade Necessária (1969), um manifesto sobre a educação latino-americana, e O Processo Civilizatório (1968), análise das influências indígenas, africanas e europeias na cultura nacional. Também publicou América Latina: A Pátria Grande (1962), onde defende a união dos países latinos.
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