Em 26 de outubro de 1959, nasceu em Orinoca, na Bolívia, Evo Morales, o primeiro presidente do país com origem indígena, eleito em 2005.
A chegada de Morales ao poder foi marcada pela promessa de promover reformas estruturais, incluindo a redistribuição de terras e a nacionalização de setores estratégicos, como gás e petróleo.
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Durante seus primeiros anos de mandato, Evo Morales, oriundo da etnia uru-aimará e ex-líder sindical de agricultores de coca, implementou políticas de nacionalização que trouxeram grande parte da indústria de hidrocarbonetos sob controle estatal.
Entretanto, o governo de Morales foi alvo de críticas por seu estilo de governança e pela centralização de poder.
Em 2009, ele foi reeleito, e seu governo aprovou uma nova Constituição que definiu a Bolívia como um “Estado Plurinacional”.
Embora o movimento tenha garantido novos direitos às comunidades indígenas, o governo de Morales foi acusado de adotar posturas contraditórias. Isso porque apoiou grandes projetos de infraestrutura que impactaram de forma negativa os territórios de povos indígenas, como a construção de estradas e exploração de recursos naturais em áreas protegidas.
Morales também enfrentou críticas por suas ações relacionadas ao setor de coca, cuja folha é tradicionalmente mascada na cultura andina.
Como ex-líder sindical dos cocaleiros, ele promoveu uma política de aumento na produção de coca, que gerou tensões com organismos internacionais que alegavam que o país se tornara um ponto estratégico para o tráfico de cocaína.
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Seus oponentes afirmam que Morales não adotou medidas efetivas para combater o narcotráfico e que suas políticas incentivaram a expansão das plantações de coca além dos limites estipulados por acordos internacionais.
Morales manifestou uma postura antiamericana, estabelecendo alianças com países como Venezuela e Cuba. Ele também participou da Aliança Bolivariana para os Povos de Nossa América (ALBA).
Suas políticas, vistas como um afastamento de instituições financeiras internacionais, como o Fundo Monetário Internacional (FMI), e sua relação tensa com os Estados Unidos, foram interpretadas como um desafio à influência norte-americana.
No entanto, críticos apontam que tais ações afastaram a Bolívia de possíveis investimentos estrangeiros e mercados, o que impactou o crescimento econômico a longo prazo.
Evo Morales renunciou à Presidência da Bolívia
Em 2016, Morales propôs um referendo para permitir que ele concorresse a um quarto mandato consecutivo. Os eleitores rejeitaram a proposta. Mas, em 2017, o Tribunal Constitucional, nomeado por aliados de Morales, revogou o limite de mandatos, permitindo que ele concorresse novamente.
A decisão foi apontada como um enfraquecimento das instituições democráticas do país e um exemplo de tentativa de golpe.
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Em 2019, Morales foi reeleito para um quarto mandato, mas a eleição foi cercada por alegações de fraude. As tensões desencadeadas por essas acusações culminaram em sua renúncia sob pressão militar. Depois de sua saída, Morales buscou asilo no México e, posteriormente, na Argentina.