Em 28 de setembro de 1926, Harry Houdini realizou pela terceira vez seu famoso truque de ser enterrado vivo. A apresentação ocorreu no YMCA em Massachusetts, Estados Unidos, onde Houdini permaneceu por 1h11min dentro de um caixão lacrado, submerso em água.
Esse ato não apenas testava seus limites físicos, mas também buscava expor performers que alegavam poderes sobrenaturais, como Rahman Bey, que dizia conseguir realizar feitos semelhantes.
Essa façanha era uma variação de outras tentativas anteriores. Em 1915, em Santa Ana, Califórnia, Houdini foi enterrado em um poço de terra com 1,8m de profundidade, sem caixão, e quase morreu ao tentar emergir, devido ao peso da terra.
Já em agosto de 1926, ele permaneceu submerso por 1h30 em uma piscina no Hotel Shelton, em Nova York, desta vez dentro de um caixão lacrado.
A vida do escapista
Houdini, nascido em 24 de março de 1874, na Hungria, adotou o nome artístico inspirado em Jean Eugène Robert-Houdin, um ilusionista francês. Ele se destacou por suas escapadas ousadas e sua habilidade em controlar a respiração, sendo capaz de permanecer submerso por longos períodos.
Harry Houdini morreu em 31 de outubro de 1926, aos 52 anos, depois de complicações decorrentes de uma apendicite. Acredita-se que a condição foi agravada por um golpe no abdômen que Houdini recebeu de um estudante de boxe amador, J. Gordon Whitehead, durante uma visita a Montreal, Canadá.
Houdini costumava demonstrar sua capacidade de suportar golpes fortes no estômago, mas, nesse caso, ele não estava preparado quando Whitehead o atingiu. O trauma levou à ruptura de seu apêndice, resultando em uma peritonite que, após dias de sofrimento, causou sua morte em um hospital em Detroit.
Houdini dedicou os últimos anos de sua vida a desmascarar médiuns que alegavam ter habilidades sobrenaturais, uma cruzada que lhe rendeu muitos inimigos no campo do espiritualismo, mas que consolidou sua reputação como um homem de ciência e ceticismo.
Legado de Houdini
O legado de Houdini transcende sua carreira como ilusionista. Ele se tornou uma lenda não apenas por suas escapadas ousadas, mas também por sua luta contra o charlatanismo, especialmente relacionado ao espiritismo.
Além disso, Houdini influenciou profundamente o mundo do entretenimento, sendo uma das primeiras figuras a usar truques de marketing e publicidade para promover seus shows. Ele foi um pioneiro no uso de cinema, documentando suas escapadas e fazendo filmes onde realizava acrobacias e truques que encantavam o público.
Depois de sua morte, o caixão que ele usaria em um de seus truques finais, uma versão do “Buried Alive” (enterrado vivo), foi utilizado para transportar seu corpo de Detroit para Nova York. Houdini continua a ser uma inspiração para mágicos e ilusionistas modernos, sendo lembrado anualmente em celebrações como a tradicional sessão espírita em sua homenagem no Halloween.
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