Em 5 de outubro de 1557, morreu Diogo Álvares Correia, conhecido como Caramuru. O português foi uma figura histórica relevante para o estabelecer o contato entre os povos nativos do Brasil e os colonizadores europeus.
A trajetória de Caramuru começou em 1510, quando seu navio naufragou nas proximidades do Rio Vermelho, na Baía de Todos os Santos. A região hoje corresponde ao Estado da Bahia.
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Diogo Álvares foi o único sobrevivente do naufrágio, enquanto todos os seus companheiros de viagem morreram. Índios Tupinambás encontraram o português. Os nativos faziam parte de um dos grupos indígenas que habitavam a região na época.
Os Tupinambás, ao encontrá-lo, o apelidaram de Caramuru, que significa moréia ou peixe na língua tupi. Esse nome viria a marcar sua identidade entre os indígenas. Graças à sua convivência com os nativos, Diogo Álvares Correia tornou-se uma figura central nas primeiras interações entre os indígenas e os colonizadores europeus.
Além de sua importância como mediador, Caramuru casou-se com Paraguaçu, uma indígena da tribo Tupinambá. Posteriormente, Caramuru levou Paraguaçu à Europa. Na França, recebeu o nome de Catarina Álvares Paraguaçu durante uma cerimônia. O evento marcou a primeira vez que uma indígena brasileira foi apresentada à sociedade europeia.
Inspiração para a cultura brasileira
A história de Diogo Álvares Correia e Paraguaçu inspirou diversas obras culturais ao longo dos séculos. Uma das mais notáveis foi o poema épico Caramuru, escrito por frei José de Santa Rita Durão, em 1781. O poema narra a trajetória do português no Brasil e sua relação com os povos indígenas.
Mais recentemente, em 2001, a vida de Caramuru foi adaptada para o cinema no filme Caramuru – A Invenção do Brasil, dirigido por Guel Arraes. Na obra cinematográfica, a história é retratada com uma abordagem mais leve. O filme destaca um triângulo amoroso entre Caramuru, Paraguaçu e sua irmã Moema.
A vida de Diogo Álvares Correia simboliza um dos primeiros contatos entre europeus e indígenas no Brasil. Foi um marco no processo de colonização. Sua figura, presente tanto na história quanto na cultura popular, revela a complexidade dessas relações nos primeiros anos do Brasil Colônia.
Diogo teve ao todo quatro filhas com Paraguaçu:
- Ana Álvares: casada com Custódio Rodrigues Correa;
- Genebra Álvares: casada com Vicente Dias;
- Apolônia Álvares: casada com o capitão João de Figueiredo Mascarenhas; e
- Grácia Álvares: casada com Antão Gil.
Caramuru também teve filhos com outras indígenas:
- Gaspar Álvares;
- Marcos Álvares;
- Manoel Álvares;
- Diogo Álvares;
- Felipa Álvares: casada com Paulo Dias Adorno;
- Madalena Álvares: casada com Afonso Rodrigues, considerada a primeira mulher alfabetizada do Brasil;
- Helena Álvares: casada com João Luiz;
- Isabel Álvares: casada com Francisco Rodrigues; e
- Catarina Álvares: casada com Gaspar Dias.