Em 5 de setembro de 1941, Cidadão Kane, dirigido por Orson Welles, estreou nos Estados Unidos. O filme foi indicado a nove Oscars e venceu, em 1942, como melhor roteiro original. Foi escrito por Welles e Herman J. Mankiewicz.
Orson Welles, então com 26 anos, dirigiu, produziu e atuou na obra, reconhecida por sua inovação em cinematografia, trilha sonora e narrativa.
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O enredo segue a vida de Charles Foster Kane, papel de Welles, inspirado no magnata da imprensa norte-americana William Randolph Hearst e outros milionários. Depois da estreia, Hearst proibiu qualquer menção ao filme em seus jornais. A trama é contada por um repórter investigativo que tenta desvendar o significado da palavra “Rosebud”, dita pelo magnata em seu leito de morte.
Apesar dos elogios da crítica, Cidadão Kane não teve sucesso financeiro imediato. O interesse pelo filme diminuiu depois do lançamento, mas ressurgiu em 1956, graças à aclamação de críticos franceses, como André Bazin. Em 2001, o filme foi relançado em Blu-ray em comemoração aos 70 anos de lançamento.
Welles e a fama no rádio
Antes de Cidadão Kane, Welles ganhou notoriedade em 1938, aos 23 anos, ao comandar a transmissão radiofônica de A Guerra dos Mundos, de H.G. Wells, que causou pânico ao simular uma invasão alienígena. O sucesso chamou a atenção da RKO Pictures, que deu liberdade total a Welles para criar seu primeiro filme.
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Depois da fama com Cidadão Kane, Welles continuou a dirigir e atuar em diversas produções, algumas bem-sucedidas e outras não. Conflitos com produtores marcaram a carreira do cineasta em Hollywood. Ele criticava os colegas por priorizarem o lucro. Welles morreu de ataque cardíaco aos 70 anos, em 10 de outubro de 1985, e deixou várias obras inacabadas.
Conheça dez curiosidades sobre o filme Cidadão Kane:
- Estreia de Orson Welles: Cidadão Kane foi o primeiro longa-metragem dirigido por Orson Welles. Ele tinha apenas 26 anos na época, algo incomum para diretores estreantes;
- Baseado em William Randolph Hearst: Welles baseou o personagem Charles Foster Kane no magnata da mídia William Randolph Hearst, que se ofendeu com a representação e tentou suprimir o filme;
- A palavra “Rosebud”: “Rosebud”, a última palavra de Kane no filme, gerou muita especulação. Segundo alguns relatos, “Rosebud” era o apelido que Hearst usava para a parte íntima de sua amante, Marion Davies;
- Inovações técnicas: o filme é conhecido por suas inovações cinematográficas, como o uso de profundidade de campo, que permitiu que objetos em diferentes distâncias da câmera permanecessem nítidos ao mesmo tempo;
- Uso pioneiro de maquiagem: para envelhecer o personagem de Kane ao longo do filme, a equipe de maquiagem desenvolveu técnicas inovadoras que permitiram que Welles interpretasse Kane em diferentes fases da vida;
- Controvérsia e boicote: Hearst ficou tão irritado com a forma que o retrataram que tentou impedir a exibição do filme. O jornalista ofereceu uma grande quantia de dinheiro para a destruição da obra;
- Roteiro escrito em segredo: Orson Welles e Herman J. Mankiewicz escreveram o roteiro em segredo para evitar interferências externas. Mankiewicz, no entanto, lutou por anos para receber crédito por seu trabalho;
- Estúdio de som: o estúdio de som utilizado para Cidadão Kane foi um dos mais avançados da época, permitindo que Welles experimentasse com o design sonoro de maneira inovadora;
- Recepção crítica inicial: apesar de críticos considerarem o filme como um dos maiores de todos os tempos, Cidadão Kane teve uma recepção crítica mista durante o lançamento, em parte por causa da campanha de Hearst contra o filme; e
- Legado duradouro: Cidadão Kane tem sido frequentemente citado como o melhor filme de todos os tempos por críticos e cineastas, influenciando gerações de diretores e estabelecendo novos padrões no cinema.