No dia 6 de outubro de 1973, forças egípcias e sírias lançaram um ataque coordenado contra Israel durante o Yom Kippur, a data mais sagrada do calendário judaico. A ação tinha como objetivo recuperar territórios perdidos para Israel na Guerra dos Seis Dias, de 1967.
As tropas israelenses foram pegas de surpresa, uma vez que a ofensiva ocorreu em um momento de vulnerabilidade, enquanto muitos soldados israelenses estavam em jejum ou fora de seus postos para observarem o feriado religioso.
Os egípcios avançaram pela Península do Sinai, cruzando o Canal de Suez com sucesso nas primeiras horas da ofensiva, enquanto as tropas sírias atacavam simultaneamente nas Colinas de Golã. Esses territórios haviam sido conquistados por Israel em 1967, quando o país quadruplicou seu tamanho anterior.
O ataque foi parte de uma estratégia de surpresa cuidadosamente planejada, apoiada por armamentos fornecidos pela União Soviética. Nos dias seguintes, tropas iraquianas e outras forças árabes se juntaram ao conflito, com a Jordânia prestando apoio logístico à Síria.
Israel revida ataques
A princípio, as forças árabes alcançaram avanços significativos, mas depois de alguns dias, Israel conseguiu se reorganizar. A rápida mobilização das Forças de Defesa de Israel (IDF) permitiu que o país revertesse as conquistas iniciais.
A superioridade tática israelense, somada ao apoio logístico e militar dos Estados Unidos, desempenhou um papel crucial na virada do conflito.
Ao longo de três semanas, Israel não só recuperou as áreas perdidas, como também avançou em território inimigo. Na Síria, Israel ocupou mais posições estratégicas nas Colinas de Golã, e no Egito, suas forças chegaram próximas de Suez, isolando o 3º Exército egípcio.
Desfecho da Guerra do Yom Kippur
O desfecho da guerra foi um cessar-fogo mediado pelas Nações Unidas em 25 de outubro de 1973, com fortes pressões dos EUA e da União Soviética para evitar uma escalada maior do conflito, especialmente com o risco de um confronto direto entre as superpotências.
O impacto político foi imenso. Embora o Egito tenha enfrentado outra derrota militar, o conflito abriu caminho para negociações diplomáticas. Sob a liderança de Anwar Sadat, o Egito, anos depois, negociou o histórico Tratado de Paz de Camp David com Israel, em 1979.
Em 1982, Israel cumpriu o tratado, devolvendo a última porção da Península do Sinai ao Egito, marcando o fim de anos de hostilidade entre as duas nações.
Para a Síria, a Guerra do Yom Kippur teve resultados desastrosos. Israel não apenas manteve o controle das Colinas de Golã, mas expandiu sua presença militar na região. As tentativas sírias de retomar essas áreas continuaram sendo uma prioridade, mas o fracasso da ofensiva de 1973 consolidou a presença israelense nas Colinas de Golã até os dias atuais.
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