A Batalha de Borodino, também conhecida como a Batalha do Rio Moscova, ocorreu em 7 de setembro de 1812. Foi a maior e mais sangrenta batalha das Guerras Napoleônicas, com o envolvimento de cerca de 250 mil soldados. Também é considerada a maior batalha do século 19.
O confronto ocorreu entre as forças francesas, lideradas pelo imperador Napoleão I, e o Exército russo, comandado pelo general Mijaíl Kutúzov. Napoleão travou a batalha em um local próximo à aldeia de Borodino, na Rússia, com o objetivo de controlar o território do país.
Cerca de 130 canhões franceses foram concentrados em um ataque maciço contra as fortificações russas no flanco esquerdo, defendido pelo general Piotr Bagration. As tropas francesas, lideradas por comandantes como Joachim Murat, Michel Ney e Louis Davout, realizaram vários ataques frontais.
Apesar da brutalidade do confronto, os russos ofereceram resistência feroz. Suas trincheiras foram alvo de repetidos ataques franceses, mas se mantiveram firmes até que Bagration foi mortalmente ferido. Isso desestabilizou a defesa russa momentaneamente.
Ao longo do dia, a batalha oscilou. Houve momentos em que os franceses tomaram posições estratégicas, como o Reduto de Shevardino, e outras vezes foram repelidos por contra-ataques russos. À tarde, Napoleão conseguiu tomar o Reduto Raevsky, mas a vitória teve um custo alto.
Embora ele tivesse triunfado, as baixas francesas foram devastadoras (cerca de 30 mil a 35 mil), enquanto os russos perderam entre 39 mil e 45 mil soldados. Napoleão optou por não realizar um ataque final, o que permitiu aos russos recuar em ordem para novas posições.
O impacto da Batalha de Borodino
Embora a batalha em si não tenha sido decisiva do ponto de vista tático, o recuo das tropas russas permitiu um avanço significativo das forças francesas. Essa movimentação estratégica foi essencial para os planos de Napoleão de dominar a Rússia, mesmo que temporariamente.
A batalha teve também grande importância psicológica. Embora os franceses tenham avançado, o custo elevado em vidas e a ausência de uma rendição russa imediata enfraqueceram Napoleão.
A retirada russa permitiu a reorganização de suas tropas, e, em pouco tempo, o Exército francês enfrentaria as dificuldades da dura campanha de inverno, culminando em sua eventual retirada da Rússia.
Confronto ainda é estudado
A Batalha de Borodino continua a ser um dos momentos mais intensamente estudados das Guerras Napoleônicas. Estudiosos focam no impacto estratégico do conflito, em que Napoleão conseguiu uma vitória custosa, mas sem alcançar a rendição russa que esperava.
A resistência russa, mesmo diante de perdas significativas, mostrou a determinação de Kutuzov e a resiliência do Exército russo, o que influenciou a percepção de que Napoleão enfrentaria uma campanha longa e desastrosa.
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Além do aspecto militar, a batalha trouxe lições importantes sobre liderança, logística e moral. Napoleão foi criticado por não ter usado sua Guarda Imperial em um ataque final, uma decisão que alguns veem como falta de agressividade ou cautela excessiva.
Em contrapartida, o Exército russo, embora recuando, conseguiu se reorganizar e preparar a contraofensiva que, mais tarde, culminaria na derrota da invasão francesa, especialmente depois da retirada de Moscou.
O estudo da batalha destaca também o papel da artilharia e das defesas de campo, como as fortificações do general Bagration, que resistiram a repetidos ataques. Essas análises continuam a oferecer ideias sobre a evolução da guerra moderna e sobre a importância das decisões estratégicas, mesmo quando os resultados táticos são ambíguos.