Depois de quase 80 anos, a Agência de Contabilidade de Prisioneiros de Guerra e Desaparecidos em Combate dos Estados Unidos (DPAA, na sigla em inglês) acredita ter encontrado os restos mortais de três aviadores desaparecidos no Dia D.
A organização está investigando um possível local de queda na Normandia, onde um C-47 foi abatido, em 6 de junho de 1944. O Dia D marcou um ponto crucial na Segunda Guerra Mundial, sendo o primeiro grande ataque que levou as forças norte-americanas ao território controlado pelos alemães.
O historiador da DPAA, Dr. Eric Klinek, afirma que o incidente foi o início do fim da guerra e ocorreu depois de anos de pressão do presidente Franklin D. Roosevelt. As Divisões 101ª e 82ª lideraram o ataque aéreo durante a Operação Overlord.
Minutos antes de mergulharem para a morte, cinco aviadores lançaram com sucesso 14 paraquedistas da 82ª Divisão perto da Normandia. O piloto e o chefe da tripulação foram encontrados dias depois, mas o copiloto, o navegador e o operador de rádio permaneceram desaparecidos. A DPAA está agora à procura do segundo-tenente William Donohue, sargento David Madson e segundo-tenente Albert Brooks.
Em 2016, a DPAA recebeu uma denúncia sobre a redescoberta do local do acidente em terras agrícolas na Normandia. Uma equipe foi enviada em 2019 e encontrou partes de um indicador de velocidade do ar e um ajustador de carga do C-47. “Sabíamos, com base em todas as evidências, que este era o avião”, afirmou Klinek.
A busca aos desaparecidos no Dia D

A escavação começou em 12 de abril, com o objetivo de recuperar todos os destroços possíveis ou evidências de restos humanos. Uma equipe de 25 pessoas trabalhou intensivamente durante seis semanas, usando escavadeiras e pás para criar quadrantes e varrer a área em busca de altas concentrações de metal.
Itens de suporte à vida, como fivelas de paraquedas, fragmentos de fones de ouvido e lanternas-padrão, foram encontrados.
“Tudo deve ser enviado a um laboratório da DPAA para testes forenses antes que qualquer coisa possa ser verificada”, explicou o capitão Brian Foxworth, líder da equipe de busca.
A equipe de escavação concluiu o trabalho no final de maio. Os itens foram transferidos para um laboratório da DPAA na Base Aérea de Offutt, em Nebraska, onde serão catalogados e testados por cientistas forenses. Para testar amostras de DNA, é necessário pelo menos 1 grama de osso denso. Os resultados são comparados com amostras de DNA do prontuário médico dos militares desaparecidos.
Contato com as famílias
Uma vez confirmada a identidade, o Departamento de Repatriação de Conflitos Passados do Exército se conecta com membros da família para coletar amostras de referência. O processo pode levar até um ano e meio desde a recuperação do material até a identificação positiva. Brown e sua equipe são dedicados a devolver os caídos de sua nação.
Paul Stouffer, sobrinho de um piloto de caça abatido no Dia D, é uma dessas pessoas. Ele ofereceu suas amostras de DNA em 2009 e, em 2018, os restos mortais de seu tio foram recuperados e confirmados. Stouffer compareceu ao funeral do tio em 2022 e fez o elogio ao parente que nunca conheceu. “Foi o telefonema que eu gostaria que meus avós tivessem recebido”, disse Stouffer.
A DPAA continua suas operações em 45 países, buscando recuperar os restos mortais dos soldados mortos e cumprir a promessa das Forças Armadas dos Estados Unidos de “não deixar ninguém para trás”. Atualmente, 72 mil combatentes norte-americanos da Segunda Guerra Mundial ainda estão desaparecidos.
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