Um mês depois de ser demitida da GloboNews por relacionar o canal ao uso do medicamento Rivotril — que serve para diminuir a ansiedade e acalmar —, a jornalista e apresentadora Cecília Flesch registrou a marca Rivonews no Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) e deve ter um programa on-line com o mesmo nome. O jornal Folha de S.Paulo divulgou a informação na segunda-feira 10.
Rivonews é uma referência ao medicamento Rivotril. Cecilia já está gravando pilotos para o novo trabalho. E agora vai virar nome de programa. O Rivonews será “um projeto para o YouTube e plataformas de áudio”, conforme ela falou. “É um programa de jornalismo, mas não segue um formato quadrado. Eu não quero isso”, completou Cecília.
Rivonews de Cecilia Flesch quer afastar a imagem de “sisuda” que a Globo teria imposto à jornalista
A apresentadora quer se afastar da imagem de “jornalista sisuda” que ela disse ter sido alimentada pela direção da Globo nos 18 anos em que ela passou na emissora, de acordo com a reportagem.
“Pessoas próximas sempre comentavam comigo: ‘Você é tão irreverente, tão leve, mas quando está no ar é outra pessoa'”, disse Cecilia. “Na emissora, me pediam para ser mais contida. Eu tentava ser mais descontraída e via outros apresentadores fazendo brincadeirinhas”, explicou a jornalista.
Leia também:
“Por que eu não podia ser um pouco mais leve, como o maravilhoso Marcelo Cosme, por exemplo? Hoje percebo que era pura implicância”, disse Cecilia Flesch, que quer ter uma apresentação de programa com mais leveza no Rivonews.
“Vamos ter muita conversa e discutir as notícias nacionais, internacionais, política, cultura e todos os assuntos em pauta, tudo o que estiver fervendo”, disse Cecilia. “Mas tudo de forma descontraída, leve e irreverente. Características minhas que o grande público não conhece”, completou a apresentadora.
Cecilia Flesh também disse que a Hub Mídia, que produz o podcast de Galvão Bueno, falou com ela a respeito do Rivonews. Ela ainda disse que na GloboNews ela era “comum, branca, cis e classe média”.
“Não era nada”, acrescentou, depois de se comparar com Natuza Nery, que segundo ela “tem o ativo da reportagem do impresso”; Marcelo Cosme, “da comunidade LGBTQIA+”; e Aline Midlej, “dos negros”. “Eu era, na cabeça da direção, um elo fraco e muito simples da jogada. Todo mundo ali tinha um nicho, um ativo”, disse Cecilia.