Fundado em 27 de agosto de 1890, o Diário Popular encerrou suas atividades depois de 133 anos de existência em Pelotas, sendo o impresso mais antigo do Rio Grande do Sul. A edição desta quarta-feira, 12, foi a última a circular.
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Na última edição, o Diário Popular mencionou a incapacidade de superar a crise mundial no setor jornalístico, intensificada pela pandemia. Segundo a diretora-superintendente Virgínia Fetter, serviços terceirizados e prejuízos causados por desastres climáticos no Rio Grande do Sul também contribuíram para o encerramento.
Virgínia Fetter também destacou a importância histórica do Diário Popular no último artigo publicado. “Este jornal que foi testemunha de inúmeros fatos históricos e parte integrante da rotina de muitas famílias”, disse.
“A sua ausência será sentida profundamente por todos que acompanhavam suas páginas”, lamentou a diretora-superintendente, que também usou o espaço para agradecer aos leitores e profissionais do jornal pela dedicação ao longo dos anos.
“Nosso grande orgulho é termos feito parte da vida dos gaúchos da zona sul”, afirmou. “Nossa grande esperança é que todos saibam apreciar os registros da história do Brasil e do mundo eternizados nas nossas páginas desde 27 de agosto de 1890.”
Direcionando-se aos profissionais da empresa, sobretudo os jornalistas, Virgínia desejou “um futuro brilhante, carregando consigo a visão ampla do papel que desempenhamos na vida das pessoas.”
Governador lamenta fim do Diário Popular
Pelo seu perfil oficial no Twitter/X, o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), lamentou o encerramento das atividades do Diário Popular.
“Cresci lendo o Diário Popular“, disse. “Logo cedo, nas primeiras horas da manhã, aguardava com ansiedade ele ser colocado debaixo da porta da casa dos meus pais. Aliás, disputava com meu pai quem pegaria o jornal para ler primeiro.”
Eduardo Leite afirmou que o jornal deixa um “vácuo no jornalismo e na sociedade gaúcha”, uma vez que, por 133 anos, se dedicaram “a relatar, com credibilidade, ética e independência, os acontecimentos que moldaram a história de Pelotas e da Zona Sul.”
“O Diário Popular deixa um legado de liberdade de imprensa, transparência e pluralidade, valores que certamente influenciarão outras publicações”, finalizou o governador do Estado.