A editora norte-americana Hearst Magazines, dona de mais de 25 revistas nos Estados Unidos, promoveu uma demissão em massa de funcionários na semana passada. O número de funcionários demitidos não foi divulgado, mas a imprensa do país fala em 197.
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“Depois de uma análise minuciosa do nosso negócio, decidimos realocar recursos para melhor apoiar os nossos objetivos e manter nosso foco na inovação digital, ao mesmo tempo que fortalecemos nossos melhores produtos impressos”, disse a diretora da empresa, Debi Chrichella, em nota aos funcionários no dia da demissão. A Hearst Magazines é dona de publicações como Elle, Cosmopolitan e Harper ‘s Bazaar.
Layoffs at Hearst today. Staff got an email saying those impacted would get an HR meeting invite by 9 am. But then President Debi Chirichella noted there’d been some technical difficulties… pic.twitter.com/OFPJ7EMQl8
— Charlotte Klein (@charlottetklein) November 21, 2024
O comunicado, divulgado pelo portal The Hollywood Reporter, também traz a promessa de reduzir áreas que “não apoiam a estratégia central” da companhia. Debi Chrichella falou ainda em eliminar “certas posições, à medida que reimaginamos as estruturas da nossa equipe para impulsionar o crescimento a longo prazo”.
Por fim, a executiva prometeu priorizar áreas nas quais a Hearst Magazines pode causar o maior impacto e impulsionar o crescimento. “Continuaremos a nos concentrar na produção de narrativas, soluções de publicidade e experiências digitais da mais alta qualidade”, concluiu o comunicado sobre a demissão.
Sindicato protesta contra demissão na Hearst
O diretor-executivo do Sindicato dos Escritores da América-Leste, Sam Wheeler, criticou a demissão em massa em um comunicado divulgado em 21 de novembro, data dos desligamentos. “Hoje, a Hearst Magazines, consistentemente antissindical, tornou-se a mais recente empresa de mídia a realizar demissões desnecessárias, irresponsáveis e cruéis.”
A nota de Wheeler chama os dirigentes da empresa que permaneceram nos respectivos cargos de “pequeno Exército de executivos com empregos improvisados e títulos presunçosos, que acrescentam pouco ou nada para construir as marcas da Hearst”.
A editora foi uma das várias companhias do setor nos EUA a realizarem parcerias com a OpenAI, dona do ChatGPT, no últimos meses. Para o diretor do sindicato, a demissão de funcionários em função da inteligência artificial trai a confiança dos leitores.
Today, the consistently anti-union @HearstMagazines became the latest media company to enact needless, irresponsible, and cruel layoffs of editorial employees. Solidarity with all @hearstunion members impacted.
— Writers Guild of America East (@WGAEast) November 21, 2024
Statement: pic.twitter.com/MstgXqfDtH
“Os leitores buscam a Hearst por causa do talento e da habilidade de seus funcionários editoriais”, diz a nota do sindicato. “Até que a Hearst e o restante da indústria da comunicação social reconheçam que os trabalhadores são a parte mais valiosa das suas empresas e marcas, continuarão a sua corrida até o fundo, sem ninguém para culpar a não ser eles próprios.”