A Rede Globo foi condenada a pagar R$ 20 mil a uma ex-assistente de direção do programa Mais Você, depois da exibição de seus dados pessoais em uma transmissão. O jornal Folha de S.Paulo divulgou a condenação da emissora na última quarta-feira, 4.
Durante um quadro de humor apresentado por Ana Maria Braga, um passaporte cenográfico foi mostrado. No documento continha o nome e o número de passaporte, ainda que alterados, da ex-funcionária, o que foi considerado uma violação de privacidade pela Justiça.
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A ex-assistente, que atuou no programa de 2015 a 2017, soube da divulgação enquanto estava em férias na França, em novembro do ano passado. Foi informada por um amigo sobre a exibição dos dados, que ocorreu durante uma brincadeira em que a apresentadora mencionava uma viagem planejada a Dubai, nos Emirados Árabes Unidos, acompanhada do personagem Louro Mané.
O advogado da assistente, Fábio Antunes, afirmou para a Justiça que a cliente teve seus dados vazados sem conhecimento ou consentimento. A Globo, por sua vez, defendeu-se ao afirmar que o passaporte exibido era fictício.
A emissora ainda afirmou que havia uma clara menção de ser um “documento cenográfico”. A Globo informou que a identificação dos dados reais era praticamente improvável por causa da breve aparição na tela.
Juiz diz que Globo causou danos à imagem da autora
A Justiça, no entanto, condenou a emissora e lembrou da responsabilidade pela exibição não autorizada dos dados. O juiz André Bezerra, da 42ª Vara Cível de São Paulo, comentou a decisão.
“Independentemente da intenção, não é preciso um raciocínio mais complexo para se chegar à conclusão de que o fato causou danos à imagem da autora do processo, que teve seus dados expostos a milhões de pessoas, sem sua autorização”, afirmou Bezerra.
A Globo lamentou a repercussão negativa do quadro. Além disso, a emissora minimizou o vazamento de dados.
“A Globo repudia qualquer forma de vazamento de dados, mas não pode admitir que, um simples quadro de humor, onde foi veiculada uma brincadeira em que um Louro teria passaporte”. afirmou o canal de TV, em sua defesa no processo. “O documento este totalmente descaracterizado, proporcione tamanha repercussão negativa.”