Em seu editorial publicado na manhã desta quarta-feira, 23, o jornal O Estado de S. Paulo criticou a forma como o governo de Luiz Inácio Lula da Silva usa o recente apagão em São Paulo para tentar diminuir a autonomia de agências reguladoras. Atualmente, isso ocorre no caso da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
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O texto lembrou que, em entrevista recente, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, confirmou a ideia do Planalto de alterar o sistema legal de mandatos não coincidentes entre diretores de agências e o presidente da República. Na opinião do jornal, é justamente essa assincronia de mandatos que garante a autonomia funcional das agências reguladoras.
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“Por trás da campanha depreciativa [da Aneel] está o traço autocrático de um governo que não admite instituições fiscalizadoras de Estado que atuem sem o jugo do Planalto”, escreve o Estadão. “A Aneel é mais um exemplo da tentativa de impor subserviência a órgãos cujo desempenho é baseado na independência.”
Prática recorrente de Lula
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Apesar de citar o apagão na capital paulista para ilustrar a ofensiva contra a Aneel, o Estadão não se atém a um exemplo. Ele lembra que a tendência do que chamou de autoritarismo nas agências reguladoras se deu também com a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP).
Com o término do atual mandato da direção-geral do órgão, em dezembro, a indicação ao cargo deve ser do secretário de Petróleo e Gás do Ministério de Minas e Energia, Pietro Mendes. Ele também preside o Conselho de Administração da Petrobras, nomeação que contrariou impedimentos internos da petroleira.
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Para seguir com Mendes, Lula se valeu de uma liminar do então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ricardo Lewandowski. Ele desconsiderou o conflito de interesses na indicação e manteve o secretário de Silveira no cargo. Hoje, Lewandowski é ministro da Justiça de Lula.
“Com Mendes à frente da ANP, o governo almeja passar a contar com uma parceria sem o contraditório em políticas de seu interesse, como os critérios de exigência de conteúdo local, por exemplo”, escreve o jornal. “A intenção parece ser a de transformar os reguladores em apêndices do governo, desprezando seu papel.”
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Por fim, o Estadão lembra que Lula já realizou ofensiva contra a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) durante o “apagão aéreo” que se seguiu à queda de um avião da Gol, depois da colisão com um jato Legacy. O acidente causou 154 mortes. Também daquela vez, a investida não surtiu efeito.
“Criadas a partir de 1997, no governo FHC, as agências foram consequência da privatização de serviços públicos, com o objetivo de garantir a boa prestação desses serviços”, diz o jornal. “Não é de hoje que essa atuação incomoda o lulopetismo.”
Conclusão
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Para o Estadão, Lula se vale recorrentemente de oportunismo em situações de crise para tentar mudar a atividade reguladora.
“Se empenho semelhante fosse concentrado em indicações eminentemente técnicas – e não de apadrinhados políticos – para cargos ainda vagos nas agências, o Brasil sairia ganhando”, escreve. “Também ajudaria se recompusesse o pessoal das agências, já que estão desfalcadas de um terço de suas equipes e têm dificuldade extra de cumprir sua importante função.”
A conta do apagão de SP é do Lula, que inclusive já sinalizou que vai renovar com a Enel, em troca de uma granin…ops, “investimentos”. Tem várias matérias publicadas falando sobre isso.
Então, pra que encerrar a concessão com a Enel e colocar uma empresa melhor no lugar, se é mais fácil culpar prefeito e governador de oposição pra capitalizar a desgraça em favor do invasor de terra?
Eles querem que o povo se lasque, o objetivo deles é colocar o Boules na prefeitura e tomar SP de assalto. Por isso não podemos vacilar no 2T, temos que erradicar essa esquerda nefasta.