Os jornais Folha de S.Paulo e Gazeta do Povo seguiram a mesma linha ao considerar, em editoriais publicados neste domingo, 16, que a queda do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) não é motivo de alívio para o governo nem para os cidadãos brasileiros. Os textos seguem a linha da opinião do Estado de S. Paulo.
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Em janeiro deste ano, o IPCA, índice oficial da inflação, ficou em alta de apenas 0,16% — a menor para o mês desde o Plano Real, em 1994. Assim, nos últimos 12 meses, a variação ficou em 4,56%, abaixo dos 4,83% de um mês antes. Apesar disso, a queda teve influência de um alívio pontual: o bônus de Itaipu, que não deve ocorrer em fevereiro.
“Qualquer otimismo, no entanto, é prematuro, já que o dado foi influenciado por alívio pontual da energia elétrica residencial, que se reverterá em fevereiro”, analisou a Folha. “A queda na conta de luz foi de 14,21% e retirou 0,55 ponto percentual do índice — que, sem esse efeito, teria subido cerca de 0,70%, no maior aumento para o período desde 2022.”
IPCA sob outros aspectos e críticas ao governo Lula
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Em outros aspectos da economia, os preços seguem em alta. As passagens de ônibus tiveram aumento de 3,84%; o etanol, 1,82%; o diesel, 0,97%; a gasolina, 0,61%; alimentos e bebidas, 0,96%. A inflação acumulada desses últimos produtos ficou em 7,25% nos últimos 12 meses.
Na edição mais recente do Boletim Focos, do Banco Central (BC), os economistas projetaram, para 2025, uma inflação maior do que a de 2024. A mediana das estimativas foi de 5,58%, a 17ª elevação seguida, acima do teto da meta.
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“O governo federal continua acreditando que será capaz de conter a escalada da inflação apenas com marketing e viagens presidenciais”, escreveu Gazeta do Povo. “No fim, [eles] são uma antecipação da campanha eleitoral de 2026.”
Diante desses aspectos, o BC continua a elevar a taxa básica de juros no país, a Selic, para tentar conter a inflação. Em março, a reunião do Comitê de Políticas Monetárias (Copom) deve aumentar mais 1 ponto porcentual nos juros, que chegariam a 14,25% ao ano.
“O resultado do arrocho é uma desaceleração na atividade econômica que parece se iniciar”, finalizou a Folha. “Tudo isso teria sido desnecessário se o governo Luiz Inácio Lula da Silva tivesse adotado uma conduta mais prudente na gestão do Orçamento. A conta chegou para toda a população.”
Governo medíocre , extrema esquerda.