À medida que a oposição passou a inundar as redes sociais com publicações ironizando os impostos pagos pelos atletas na Olimpíada de Paris 2024, parlamentares deram caráter de urgência a um projeto que prevê a isenção das premiações da França.
Foi então que o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) se apressou em assinar uma medida provisória (MP) que exime medalhistas olímpicos de pagarem Imposto de Renda sobre prêmios em dinheiro. É o que destaca o jornal O Estado de São Paulo, em seu editorial deste sábado, 10.
Para o jornal, a MP, válida a partir do início da Olimpíada, permite que se pegue “carona” na popularidade dos atletas laureados em Paris.
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“Além disso, o governo abriu precedente para o surgimento de emendas como a que estende a isenção a todos os campeões olímpicos da história, o que só atesta que não há limites para o populismo fiscal no país”, diz o Estadão.
A MP, da qual o uso se justifica apenas em situações de relevância e urgência, se presta apenas para atender a uma demanda manifestada nas redes sociais, que em nada beneficia o fomento dos esportes.
“Não há nenhuma surpresa nisso: Lula, cujo único esporte que interessa é o futebol que joga com os amigos no Alvorada, demonstrou seu verdadeiro compromisso nessa área ao demitir a ex-atleta Ana Moser do Ministério do Esporte para acomodar um aliado do Centrão, André Fufuca”, afirma a publicação.
Isenção não estimula novos talentos
O Estadão avalia que isentar a premiação de Rebeca Andrade, que superou inúmeras adversidades antes de se tornar uma das maiores campeãs olímpicas do Brasil, não fará com que surjam novos talentos como ela.
“Esses novos talentos só vão surgir se houver investimento suficiente para que meninas como Rebeca não tenham que, como ela em seu início, caminhar horas a fio para conseguirem treinar, porque não têm dinheiro sequer para a condução”, acrescenta o jornal.
Para que cada Rebeca ou Bia Souza surja, é preciso que milhares de crianças tenham acesso a ginásios e tatames, com oportunidades e condições dignas de se desenvolverem e se afastarem da pobreza. “Não é com isenção de impostos sobre premiações que se chegará a esse objetivo”, afirma o veículo.
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A isenção por também é reveladora de um vício brasileiro: o de premiar quem já tem benefícios. Atletas que não conseguem chegar às Olimpíadas, muito provavelmente porque não tiveram condições para tal, seguirão sem o estímulo que poderia transformar suas vidas.
“A MP que isenta os medalhistas de Imposto de Renda é apenas a mais recente evidência de que, quando se trata do desenvolvimento do esporte, o Brasil é, há muitos ciclos, campeão do oportunismo”, conclui o Estadão.
Estupidez aí também se aplica ao ato falho do governo em querer angariar populismo em cima de uma iniciativa da oposição ….. de fato só se debater esse assunto verá quep ao abrir exceção na tributação vigente dará “brechas” de várias requisições/retroativida passadas e futuras sob a mesma argumentação
Embora eu seja pró-direita desde sempre, é evidente que a direita fez uma manobra estúpida. e oportunista ao atacar a tributação da renda dos atletas com os prêmios em dinheiro. Oportunista porque explorou a justa onda Taxadadd contra o infame e injusto nível tributário brasileiro que piora a cada ano, acelerado agora pela incapacidade do PT em conter a gastança voraz a que se acostumou, sem produzir resultados. Estúpida porque dá uma isenção injusta a uns poucos enquanto todos os outros brasileiros pagam os mesmos tributos sobre sua renda e porque foram neutralizados pelo corrupto eleito com um simples decreto-lei que obviamente não tem outra opção senão aprovar. Adicionalmente foi uma revolta burra porque vai contra o discurso liberal de muitos contra as obscenas renúncias fiscais que tornam este país tão desigual na sua tributação, cujo ônus recai sobre o lombo todos os pagadores de impostos.