Depois da recepção do pacote fiscal ruim, o governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) passou a investir na construção de uma narrativa muito conveniente para si mesmo. É o que afirma o jornal O Estado de S. Paulo em editorial desta terça-feira, 10.
Para a equipe econômica, o mercado não entendeu quanto o ajuste é austero, sobretudo para um governo de esquerda cuja maior preocupação é a área social. Sua apresentação, portanto, seria uma vitória do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que conseguiu convencer Lula a fazer o que era o certo a despeito da resistência da maioria do governo.
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Para o jornal, a prova do alegado vigor do ajuste fiscal é que a Câmara por pouco não aprovou o regime de urgência para acelerar a tramitação dos projetos do pacote por discordar das mudanças nas regras de acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC), auxílio pago a idosos vulneráveis e pessoas com deficiência.
Além do rechaço da esquerda, lideranças do centrão também manifestaram receio sobre o impacto econômico da medida vis-à-vis o desgaste político que ela poderia proporcionar.
“Essa versão serve aos propósitos do governo, mas não resiste aos fatos”, diz o Estadão. “Sob o ponto de vista político, a má vontade da Câmara com o pacote fiscal nada tem a ver com a pretensa dureza das medidas, mas com a decisão do ministro Flávio Dino, referendada pela maioria do Supremo Tribunal Federal (STF), de impor regras que dificultam o pagamento de emendas parlamentares.”
Segundo a publicação, aprovar esses projetos seria um passeio caso Dino tivesse se contentado com a proposta que deputados e senadores aprovaram para manter o esquema das emendas como estava. “Mas o jogo ainda não acabou e, até o fim do ano, essas e outras propostas pendentes de votação pelo Congresso poderão ser aprovadas a toque de caixa, a depender de negociações que nada têm a ver com o cerne dos projetos”, acrescenta o texto.
Sob o ponto de vista econômico, contestar o teor das propostas é ainda mais fácil, segundo o Estadão. Como destacou o pesquisador associado do Insper Marcos Mendes em entrevista ao jornal, o Ministério da Fazenda nem sequer apresentou as notas técnicas que deram base à anunciada economia com cada projeto, o que enseja dúvidas sobre as premissas utilizadas nas contas. E, a despeito de o arcabouço fiscal ser incapaz de estabilizar a dívida pública, o governo tem tido dificuldade em cumpri-lo à risca.
Base governista diz que mercado “implica” com Lula
Aliados alegam haver implicância dos investidores com Lula. Enquanto eles cobravam mais vigor do pacote fiscal, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou que o Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 0,9% ante o segundo trimestre e 4% na comparação com o terceiro trimestre do ano passado, e que a quantidade de brasileiros abaixo da linha da pobreza caiu de 67,7 milhões para 59 milhões, o menor número desde 2012.
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“São, por óbvio, indicadores a serem celebrados, mas que falam do passado, e não do futuro, horizonte que pauta as análises do mercado”, afirma o jornal.
Uma análise mais justa demonstraria que o ano em que a pobreza recuou a níveis historicamente baixos coincidiu com o período em que o mercado apostou todas as suas fichas no país.
Na última sessão de 2023, por exemplo, o Ibovespa fechou o ano em alta de mais de 20%, aos 134 mil pontos, melhor desempenho anual desde 2019; o dólar foi cotado a R$ 4,8322, queda de 8,08% em relação ao fim do ano anterior, quando estava em R$ 5,2780. Àquela época, segundo o Boletim Focus, os investidores acreditavam que a Selic estaria em 9%, o dólar em R$ 5 e a inflação em 3,91% no fim deste ano.
Se o mercado errou, não foi por pessimismo. Hoje, a Selic está em 11,25%; a moeda norte-americana, em mais de R$ 6; e a inflação, em 4,76% no acumulado em 12 meses até outubro.
“Se o governo tem genuíno interesse em melhorar a vida dos mais pobres, deveria fazer sua parte para manter a inflação na meta, o que exigiria rigor com o gasto público e programas sociais focalizados naqueles que mais precisam”, avalia o Estadão.
“Mas, em vez de mostrar comprometimento com a responsabilidade fiscal, o Executivo optou por preservar o arcabouço fiscal com uma pinguela que lhe permita chegar com chances eleitorais até 2026, único panorama a guiar as ações de Lula”, acrescenta.
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Para o veículo, o mercado entendeu muito bem o significado do pacote e vai se proteger da instabilidade gerada pelo governo com títulos públicos do próprio governo, que já rendem mais de 14%. “Enquanto isso, os pobres ficarão à mercê da inflação”, conclui o texto
É uma conjunção de mentiras e mais mentiras sem fim.
E DAI QUE OS POBRES VAI TOMAR EM PÉ IGUAL VACA; ELES GOSTAM. TANTO GOSTAM QUE BOTARAM NO CARA. SOFREM OS JUSTOS PELOS PECADORES. FALTA DE AVISO NAO FOI.
Governo Lula nunca beneficiou os mais pobres,a inflação está nas alturas, gastos sem precedentes. Nunca dará certo.