O Partido dos Trabalhadores (PT) celebrou seus 45 anos de existência, no sábado 22, com um evento que refletiu sua essência. Segundo o editorial do jornal O Estado de S. Paulo, a sigla reafirmou sua habilidade de criar uma realidade própria. Essa fuga para um universo paralelo atingiu o ápice quando Lula discursou.
Conforme o jornal, Lula afirmou que “o PT não é apenas um partido, é uma ideia”. Ele sustentou que essa ideia seria indestrutível, evidenciando sua obsessão com perseguições políticas. O presidente também descreveu uma “economia que cresce para todos”, cenário que os números reais não confirmam.
Ao longo de 45 anos, o partido influenciou a história política nacional. No entanto, a sigla tenta envernizar uma realidade difícil. O discurso enalteceu o passado e projetou otimismo, mas o presente sugere um partido senil e desacreditado.
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A legenda, que já representou renovação política, hoje simboliza uma corrente ideológica enfraquecida. O jornal afirma que a dependência de Lula se tornou um fardo. O presidente mantém a coesão interna, mas impede a renovação. O partido ainda não encontrou um sucessor eleitoralmente viável.
O jornal ressalta que a sucessão de Lula, antes uma preocupação distante, agora é urgente. O presidente, com 79 anos, gera tensões internas sobre o futuro da legenda. Apesar de sinais contraditórios, o petista não indica abrir mão de disputar uma nova eleição. O PT não esboça um plano alternativo.
Nesse sentido, o problema geracional atinge toda a estrutura do partido. A distância entre jovens e veteranos é abissal. Os deputados petistas eleitos em 2022 tinham, em média, 56 anos, bem acima da média geral de 49. Em 1982, essa média era de 38 anos.
O PT carece de novas propostas
A falta de renovação não se restringe à idade. O Estadão considera que o PT carece de novas propostas.
A sigla nasceu do sindicalismo, do catolicismo rural e da intelectualidade marxista, mas abandonou a maioria desses princípios. Com o tempo, sustentou-se em ataques a adversários e superioridade moral.
Esses pilares ruíram quando o partido se envolveu em escândalos de corrupção. O Estadão recorda que Lula recuperou força política depois da Lava Jato, mas a legenda não apresentou uma agenda inovadora. A estratégia, portanto, continua sendo a polarização.
O problema central é que Lula e seus aliados governam com mentalidade ultrapassada. O presidente até reconheceu a necessidade de modernizar comunicação e trabalho. Mas sua solução revela anacronismo: “Precisamos voltar a discutir política dentro das fábricas”.
Lula ainda enxerga o trabalho pelos olhos dos sindicatos, sem considerar as mudanças do mercado. Sem novas agendas, o PT recorre à polarização.
O jornal observa que essa tática visa a reativar o embalo eleitoral de 2022. Sem clareza sobre o futuro e sem propostas concretas, o governo aposta em um falso alarme sobre riscos à democracia. Para o Brasil que não se alinha ao petismo, cabe desmascarar essa estratégia e expor sua inutilidade.
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O Estadão, que foi conivente com o ladrão, se mostra agora condescendente em suas críticas rasas e também fora de época