Apesar dos inegáveis avanços da ciência, a emergência sanitária escancarou uma realidade global: sempre houve mais dúvidas do que certezas sobre a pandemia. E é natural que seja assim. Afinal, a ciência se baseia no ceticismo, na observação e na experimentação para formular conclusões. E não em crenças nem tabus.
No entanto, o que se viu ao longo dos meses de convivência com a doença foi uma tonelada de “orientações científicas” defendidas como verdades absolutas, sem possibilidade de questionamento algum.
Diante das contradições em torno da pandemia, a Revista Oeste reuniu algumas orientações que mudaram ao longo do tempo, sem prejuízo de outras, que (certamente) ainda estão por vir:
1 — Demora na decretação da pandemia
A Organização Mundial da Saúde (OMS) demorou a reconhecer a gravidade da covid-19, o que contribuiu para que o vírus se espalhasse mais rápido pelo planeta.
Em 14 de janeiro de 2020, a OMS divulgou, em seu perfil oficial do Twitter, que não havia evidências, segundo as autoridades chinesas, de que o coronavírus fosse transmitido entre humanos:
“As investigações preliminares conduzidas pelas autoridades chinesas não encontraram ‘evidências claras’ de transmissão humano para humano do coronavírus identificado em Wuhan.”
Preliminary investigations conducted by the Chinese authorities have found no clear evidence of human-to-human transmission of the novel #coronavirus (2019-nCoV) identified in #Wuhan, #China🇨🇳. pic.twitter.com/Fnl5P877VG
— World Health Organization (WHO) (@WHO) January 14, 2020
Duas semanas depois, o órgão publicou que o contágio fora da China era “muito limitado”:
“Até agora, WHO está atenta a um caso de transmissão humano para humano do coronavírus fora da China, no Vietnã. Ainda é um caso em muitos. Mas estamos encorajados que até agora não vimos mais transmissão de humano para humano fora da China. Estamos monitorando o surto constantemente.”
So far, WHO is aware of one case of human-to-human transmission of #coronavirus outside 🇨🇳, in Vietnam.
That’s still one case too many. But we’re encouraged that so far we have not seen more human-to-human transmission outside 🇨🇳. We’re monitoring the outbreak constantly. pic.twitter.com/Kh3bwljpDG
— World Health Organization (WHO) (@WHO) January 27, 2020
O reconhecimento oficial da pandemia pelo presidente da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, só aconteceu na segunda semana de março de 2020:
“Esta é a primeira pandemia causada por um coronavírus. Não podemos dizer isso alto o suficiente, com clareza suficiente ou com frequência suficiente: todos os países ainda podem mudar o curso da pandemia. Esta é a primeira pandemia que pode ser controlada.”
This is the first pandemic caused by a #coronavirus.
We cannot say this loudly enough, or clearly enough, or often enough: all countries can still change the course of this pandemic. This is the first pandemic that can be controlled.https://t.co/dIoa4jYAUN— Tedros Adhanom Ghebreyesus (@DrTedros) March 11, 2020
2 — Hospital? Só em caso de falta de ar
Enquanto esteve à frente da pasta, o ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta foi criticado por orientar as pessoas com sintomas de covid-19 a ficarem em casa e só procurarem ajuda médica em caso de falta de ar.
Ao ser questionado sobre o tema, em entrevista ao programa Roda Viva, em outubro de 2020, Mandetta respondeu que seguia as orientações da Organização Mundial da Saúde e que a preocupação era evitar a superlotação em hospitais e impedir a disseminação descontrolada do vírus.
No decorrer dos meses, a covid-19 se mostrou imprevisível na variedade e na manifestação dos sintomas. Muitos pacientes contaminados pelo coronavírus que demoraram a buscar ajuda médica chegavam ao hospital com complicações respiratórias graves, o que diminuía as chances de recuperação. Em julho de 2020, o então secretário-executivo do Ministério da Saúde, Elcio Franco, mudou a coordenada: “Adotamos uma nova orientação de casos de covid-19, mudando a estratégia do ‘fique em casa’ para ‘procure um profissional de saúde’, mesmo que o sintoma seja leve”.
3 — A polêmica da dose de reforço
A maior parte das vacinas contra a covid-19 em aplicação no mundo foi anunciada com esquema vacinal completo de duas doses. O imunizante da Janssen foi festejado quando o laboratório divulgou que apenas uma dose seria suficiente para proteger vacinados contra a covid. De lá para cá, alguns países, como Israel e Chile, já estão na quarta dose de vacinação anticovid.
O caso da CoronaVac foi emblemático. A vacina, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butantan, foi a primeira a ser aplicada no Brasil. Quando as discussões sobre uma possível dose de reforço começaram a surgir, o Butantan chegou a publicar um tuíte insinuando que afirmar a necessidade de uma terceira seria disseminar “fake news”:
O Butantan esclarece que não será necessária uma 3ª dose da vacina contra a Covid-19. Afirmar isso é disseminar Fake News. A Coronavac é segura e eficaz após o ciclo de duas doses e mais 15 dias, conforme apontam vários estudos.
— Instituto Butantan (@butantanoficial) April 12, 2021
O governador do Estado de São Paulo, João Doria (PSDB), chamou de “inutilidade” a discussão sobre uma terceira dose da CoronaVac. “Não há nenhuma necessidade”, ressaltou o tucano, em entrevista ao portal Metrópoles. “Bastam as duas doses, que é o que recomenda a Organização Mundial da Saúde”, disse Doria, ao criticar “campanhas” contra a CoronaVac.
A partir de setembro do ano passado, o Ministério da Saúde (MS) liberou a aplicação da terceira dose da vacina contra a covid-19 em idosos com mais de 70 anos e imunossuprimidos. Doria não demorou para anunciar a aplicação de um reforço da CoronaVac assim que o MS autorizou a medida.
Em novembro, o governo federal decidiu estender a dose de reforço das vacinas contra a covid-19 a toda população maior de 18 anos. Os brasileiros que tomaram a dose única da vacina Janssen também foram aconselhados a tomar uma dose extra, entre dois e seis meses da primeira aplicação.
4 — Combinação de vacinas
Rechaçada logo de início, a mistura de diferentes tecnologias de vacinas já é uma realidade mundial. O Rio de Janeiro foi a primeira cidade brasileira a oficialmente autorizar a combinação de vacinas para grávidas, ao permitir que gestantes e mulheres que acabaram de ter filhos e tomaram a primeira dose da AstraZeneca fossem autorizadas a receber a segunda aplicação da Pfizer.
Mas não houve consenso entre as autoridades sanitárias brasileiras. Ainda em novembro, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) recomendou ao Ministério da Saúde que a aplicação da dose de reforço fosse feita com a mesma vacina usada no esquema primário, no caso dos imunizantes da Pfizer, da Janssen e da AstraZeneca. Apenas no caso da CoronaVac, a agência reguladora indicou a mistura entre vacinas de outras fabricantes, de preferência a vacina de mRNA da Pfizer.
Já o MS orientou Estados e municípios a aplicar a dose de reforço com uma vacina diferente da utilizada no esquema inicial em todos os adultos. “É o que nós chamamos de vacinação heteróloga. Essa decisão é apoiada na ciência”, disse o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.
5 — Vacinação em crianças
A vacinação de crianças preocupa pais e médicos e não é consenso na comunidade científica. Alguns especialistas questionam a necessidade de vacinação desse grupo e a falta de estudos clínicos que contemplem a faixa etária de 5 a 11 anos. No caso da vacina da Pfizer, há relatos de miocardite (inflamação no músculo cardíaco) e de pericardite (inflamação na membrana externa do coração) provocadas pela vacina da Pfizer em jovens, principalmente depois da segunda dose. A Suécia, por exemplo, decidiu não recomendar a vacinação contra a covid-19 para crianças de 5 a 11 anos, com a justificativa de que os benefícios da vacinação nessa faixa etária não superam os riscos.
Para uma parte dos médicos, essa faixa etária não é alvo da doença, e são raros os casos de menores de 18 anos que sofrem com a covid na forma grave. No Brasil, de março de 2020 a novembro de 2021, 308 crianças de 5 a 11 anos morreram em razão da covid-19 — 69% delas tinham ao menos uma comorbidade (doença pré-existente). “Estudos com crianças e adolescentes são escassos, não são bem controlados e não demonstram a eficiência da vacina em reduzir doença e morte nessa população”, afirma o infectologista Francisco Cardoso.
Leia a reportagem completa na Edição 97 da Revista Oeste: “As inúmeras contradições da pandemia”
Cantem em uníssono na melodia de “O que que a baiana tem?
“O que que a ciência tem?
-Tem lápis de calcular.
O que que a ciência tem?
-Borracha pra depois apagar.” Raul Seixas
A lógica sempre foi o $$$. Bilhões de dólares todos os meses. Foi um negócio nunca visto. Médicos ou pseudo médicos falando a favor das vacinas foram celebrados e, provavelmente, premiados. Quem mostrava ceticismo ou queria estudar melhor foi massacrado.
A maior contradição é quem defende o isolamento pegar covid como a Maju da Globo. É uma vergonha e uma sem vergonha. Não tem vergonha na cara. Como pode pegar covid com 3 doses. Foi para algum rola rola. Sozinha não pega. As pessoas se tornaram idiotas.
$ien$ia… Via o luta por dinheiro e poder. Criaram um vírus que nem é tão mortal mas criaram pânico nas pessoas pq o medo é a melhor forma de controle…
Criaram mais um ídolo nesse mundo materialista. Uma deusa a que deram o nome de Ciência. Ninguém sabe seu Olimpo. Mas oráculos há difusos pelo planeta, cada um ditando uma ordem sem possibilidade de contestação. Seus sacerdotes e sacerdotisas são exaltados como se fossem representantes do conhecimento máximo de algum segredo que ninguém mais detém, só esse grupo escolhido. A pena para divergir desses oráculos é o confinamento, a exclusão da sociedade. Mais adiante, quem sabe, a própria morte por abandono.