Não é só na Nicarágua que os cristãos do continente americano estão sob perseguição. No Haiti — país caribenho que divide a Ilha Hispaniola com a República Dominicana, ocupando a porção oeste da ilha — também há perseguição anticristã. A situação é complexa, porque envolve problemas políticos, como a corrupção e a instabilidade; econômicos, como a inflação alta; e sociais, como a miséria extrema. A arquidiocese de Porto Príncipe emitiu uma nota sobre o último atentado contra os cristãos no país.
Na quinta-feira 13 de abril, ao término da missa no Oratório de São Bartolomeu, homens armados invadiram o local de culto e sequestraram algumas pessoas. Pouco antes do incidente, os criminosos haviam arrombado o portão de entrada do Oratório, ferindo duas pessoas — levadas às pressas para o hospital. Segundo o Vatican News, uma semana antes, durante a bênção da Páscoa Urbi et Orbi, o papa havia mencionado o Haiti, chamando a atenção da comunidade internacional para a busca urgente de uma solução definitiva para os problemas crônicos do país caribenho.
A nota do veículo oficial da Santa Sé diz que “este ato de sequestro prejudica tanto a integridade de um lugar de culto quanto a liberdade de circulação de pessoas no país. A Arquidiocese de Porto Príncipe expressa mais uma vez sua indignação por esses atos, que não poupam ninguém e não respeitam nenhum lugar. Deus quer que seus filhos sejam livres e não sejam oprimidos ou tratados como escravos”.
Insegurança galopante
No Haiti, a crise humanitária é alarmante. Segundo a organização Save the Children, 50% das crianças do país sofrem com os efeitos da desnutrição aguda. Mas há outros fatores que agravam o problema, como, por exemplo, a violência das gangues; e, como dito, a instabilidade política associada à inflação. Dados recentes revelam que cerca de 5 milhões de pessoas (quase metade da população) estão sob insegurança iminente em termos alimentares. A violência no Haiti levou ao fechamento temporário do hospital dos Médicos Sem Fronteiras, localizado em Porto Príncipe há 30 anos. Era impossível garantir a segurança dos pacientes e dos voluntários.
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