O dicionário britânico Collins escolheu “permacrise”, que significa um período extenso de instabilidade e insegurança, como a palavra do ano no Reino Unido. Segundo o diretor-geral da Collins Learning, Alex Beecroft, “permacrise resume, de maneira sucinta, quão realmente horrível 2022 foi para muita gente”.
Usada pela primeira vez em 1970 no ambiente acadêmico, a palavra voltou a ser utilizada reiteradamente nos últimos meses, por causa do cenário europeu de guerra, de crise econômica, de inflação crescente e das constantes mudanças de primeiro-ministro no Reino Unido. Foram três em menos de dois meses. Liz Truss renunciou em 20 de outubro, depois de ficar apenas 44 dias no cargo. Antes dela, Boris Johnson também tinha renunciado. Agora, o primeiro-ministro é Rishi Sunak.
A escolha de “permacrise” não foi fácil, visto que a palavra competiu com outros termos comuns durante o ano. Anualmente, o dicionário reúne as dez palavras ou frases que refletem a linguagem e as preocupações. Elas são selecionais de uma lista que reúne bilhões de possibilidades.
Outra opção que ficou entre as favoritas ao prêmio foi “Kyiv”, em inglês, para designar a capital ucraniana, em oposição à transliteração “Kiev” do russo, um sinal do apoio britânico à Ucrânia ante a invasão de Moscou.
“Sportswashing”, definido como a prática de organizar um evento esportivo global, ou a compra, ou o patrocínio de equipes conhecidas por governos de reputação duvidosa, também ficou perto do resultado.
Outra que ficou no ranking foi “Partygate”, termo utilizado para se referir às festas realizadas em Downing Street, a residência oficial do primeiro-ministro britânico, durante os confinamentos pela covid-19, que acabaram na renúncia do premiê Boris Johnson.
Para Beecroft, a lista desse ano “reflete o estado do mundo agora”. Em 2021, a palavra eleita pelo Dicionário Collins foi “NFT” (tokens não fungíveis) e, em 2020, “confinamento”.
Que tal começar proibindo cultos satânicos a bordo dos navios do Reino?