“O problema que enfrentamos é de consciência e bom senso”, disse o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, em discurso aos norte-americanos. Na ocasião, o democrata pedia por mais restrições à Segunda Emenda, que dá aos cidadãos o direito ao porte de armas.
Não por acaso, as cidades onde os tiroteios ocorrem com frequência também possuem algumas das leis mais rígidas sobre o uso de armas. Se o bom senso fosse usado nesse caso, seria possível perceber que mais controle de armas provavelmente não solucionaria o problema dos ataques em massa. Isso porque os criminosos, por definição, não respeitam as leis.
“Alguém pode lembrar Biden de que as duas recentes decisões da Suprema Corte sobre controle de armas beneficiaram os negros, que simplesmente queriam defender sua casa e sua família”, escreveu o colunista Jason L. Riley, em artigo publicado no The Wall Street Journal. “Além disso, eles vieram de cidades controladas por liberais [democratas], que fizeram um trabalho extraordinariamente ruim de proteger os pobres dos criminosos.”
Em um caso ocorrido em 2008 (Distrito de Columbia versus Heller), o tribunal decidiu que o direito de portar armas é individual — e que não é preciso fazer parte de uma milícia para exercê-lo. Uma das que cobraram esse direito foi Shelly Parker, uma mulher negra, que trabalha como designer de software de computador. Ela procurou a Justiça depois que um traficante de drogas do bairro tentou invadir sua casa e ameaçou matá-la. “O que quero é simplesmente ser capaz de ter uma arma em minha casa, nos confins das paredes da minha casa — nada mais”, disse ela, em entrevista à Rádio Publica Nacional.
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Dois anos depois, em McDonald versus Chicago, houve mais uma vitória da liberdade. Quem protestou foi Otis McDonald, um aposentado negro, que queria ter uma arma para proteger seu bairro das gangues que o aterrorizavam. A favor do aposentado, o tribunal argumentou que a Segunda Emenda se aplica com igual força aos governos federal, estadual e local. Quando McDonald morreu, em 2014, o obituário do jornal Chicago Tribune o descreveu como “o homem que derrubou a proibição de armas de Chicago”.
“É sabido que as vendas de armas aumentaram nos últimos anos, mas menos conhecido é que os negros têm liderado a tendência”, afirmou Riley. “Em pesquisa on-line realizada pela National Shooting Sports Foundation, varejistas relataram que venderam 58% mais armas para clientes negros no primeiro semestre de 2020 do que no ano anterior — o maior aumento para qualquer grupo étnico. Segurança pessoal lidera a lista de por que as pessoas decidem comprar uma arma de fogo. Em pesquisa da Gallup feita em 2021, 88% dos entrevistados disseram possuir uma arma ‘para proteção contra o crime’. Em 2005, esse número era de 67%.”
Como mostra o colunista, as condições sociais convenceram os norte-americanos de que eles precisam de uma arma. Os crimes violentos, por exemplo, têm aumentado. Os homicídios nas grandes cidades atingiram níveis não vistos há três décadas. Enquanto isso, os democratas tratam os criminosos como vítimas e os policiais como criminosos. Unidades policiais antiarmas, encarregadas de manter armas ilegais fora das ruas, foram dissolvidas. Os crimes foram rebaixados para contravenções, e as contravenções ficam impunes. Isso só encoraja os malfeitores. As minorias de baixa renda sentem o peso dessas reformas, porque elas próprias são, de longe, os alvos mais prováveis do crime.
“Os mesmos ‘progressistas’ que passaram a maior parte da última década minando a capacidade de aplicação da lei para combater o crime estão agora usando tragédias sensacionalistas, mas estatisticamente raras, como pretexto para reduzir a capacidade de as pessoas em comunidades vulneráveis se defenderem”, ressaltou Riley. “O presidente quer proibir ‘armas de assalto’, aumentar a idade de compra para 21 anos e expandir as verificações de antecedentes. Não há evidência de que isso acabe com a violência, que levou tantos norte-americanos a se tornarem donos de armas pela primeira vez.”
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Segundo o colunista, a questão a ser debatida é se mais restrições aos norte-americanos comuns reduzirão o número de vidas perdidas. A maioria dos atiradores em massa nas últimas três décadas tem 21 anos. Os assaltantes em Buffalo, Nova Iorque, e Uvalde, Texas, passaram por verificações de antecedentes e compraram suas armas legalmente. E de 1994 a 2004, houve uma proibição federal de armas de assalto.
“A fonte do problema é a falha ou a incapacidade do governo de nos proteger”, afirmou Riley. “O senso comum dita que fazemos o que é necessário para nos proteger. Só um tolo ou um ideólogo poderia acreditar que a melhor resposta para as pessoas que cometem crimes com armas é lançar uma guerra santa.”
Leia mais: “Até quando?”, artigo de Ana Paula Henkel publicado na Edição 114 da Revista Oeste
Onde tem o dedo da corja democrata socialista americana é onde a bandidagem impera.