Nesta segunda-feira, 29, agricultores da França bloquearam as estradas ao redor de Paris em protesto contra as regulamentações ambientais impostas pela União Europeia (UE). O setor afirma que as novas regras ameaçam a competitividade da agricultura francesa, colocando em risco o estilo de vida no interior do país.
Protestos semelhantes também foram registrados na Bélgica e na Alemanha, onde aproximadamente cem tratores estão impedindo a passagem em vias estratégicas que levam à zona portuária da cidade alemã de Hamburgo.
Propostas do governo Macron desagradam agricultores da França
Na França, os protestos tiveram início quando da publicação das propostas do governo Macron, que desagradaram o setor produtivo agrícola do país. Em reação à pressão popular, o governo do presidente Emmanuel Macron anunciou que vai pressionar a UE para aliviar as regulamentações ambientais que prejudicam os produtores franceses.
Os grupos que protestam exigem custos de produção menores, manutenção de subsídios ao diesel agrícola, ajuda financeira aos agricultores orgânicos e também uma regulamentação menos rígida para a proteção ambiental.
???????????? France – Revolution
— Concerned Citizen (@BGatesIsaPyscho) January 29, 2024
The French realise they are Governed corrupt Globalist criminals who are destroying their country of personal gain.
They are revolting
This is a revolution pic.twitter.com/LlwVLZQEaM
Mais de mil tratores mobilizados nos protestos
De acordo com a imprensa internacional, há a expectativa de que mais de mil tratores sejam mobilizados a fim de interditar as sete principais vias que levam à cidade de Paris. De acordo com as autoridades francesas, 15 mil policiais foram mobilizados a fim de impedir a entrada dos tratores na capital, bem como em outras regiões.
A mobilização em prol do “cerco” a Paris acontece a despeito da promessa de apoio aos agricultores pelo primeiro-ministro Gabriel Attal.
Medidas para diminuir as ‘pressões financeiras’
Na última semana, o primeiro-ministro havia anunciado que a França iria abandonar os planos de reduzir gradualmente os subsídios estatais ao diesel. Attal também anunciou outras medidas a fim de diminuir as pressões financeiras e administrativas para os agricultores. Porém, os manifestantes afirmaram que isso não era suficiente — e prometeram intensificar os protestos por todo o país.
À rádio francesa RTL, Arnaud Rousseau, presidente da Federação Nacional dos Sindicatos de Agricultores da França (FNSEA), disse: “Nosso objetivo não é aborrecer nem arruinar a vida dos franceses, mas pressionar o governo para garantir que encontremos soluções para acabar com a crise”.
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Ainda de acordo com Rousseau, quando as manifestações acontecem “longe de Paris” a população não recebe a “mensagem”.
Em resposta, Macron disse que vai fazer um esforço na UE em prol de mais políticas pró-agricultura durante a cúpula de líderes do bloco econômico nesta semana, em mais uma tentativa de abordar as queixas dos agricultores da França.