Em entrevista ao Jornal da Oeste, a analista política Desirée Rugani analisou a situação dos rebeldes que tomaram o poder de Bashar al-Assad, na Síria. Além disso, ela explicou ao espectador como Israel pode se aproveitar do momento em que passa o país vizinho.
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Desirée afirmou que, a partir da instabilidade síria, Israel entende que pode avançar em uma região no país. “Israel avança na Síria, em regiões desmilitarizadas, e também bombardeando locais com armamentos que Assad tinha, para que eles não cheguem nas mãos dos rebeldes”, explicou a analista política. “Para não ocorrer uma invasão vinda da Síria.”
Neste domingo, 8, o grupo Hayat Tahrir al-Sham conseguiu derrubar o regime de Assad, que durava há 24 anos. Tudo ocorreu de forma rápida, já que a ofensiva durava apenas dez dias.
Assad deixou a Síria rumo a Moscou, na Rússia. O ditador sírio é próximo a Vladimir Putin, numa aliança que engloba também Irã e o grupo terrorista Hezbollah. Apesar da queda do ditador, Desirée afirmou que é precoce uma celebração de unificação.
“Assad é um homem mau, um ditador, que matava sua própria população”, disse. “Mas quem luta contra ele não são pessoas boas, são grupos islâmicos radicais, como Al-Qaeda e o Isis.”
A estratégia de Israel
Ainda no domingo, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, classificou a ação dos rebeldes contra Assad, na Síria, como “dia histórico”.
“O colapso do regime de Assad, a tirania em Damasco, oferece uma grande oportunidade, mas também é repleto de perigos significativos”, escreveu Netanyahu. “Enviamos uma mão de paz a todos aqueles que estão além de nossa fronteira na Síria: aos drusos, aos curdos, aos cristãos e aos muçulmanos que querem viver em paz com Israel.”
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A grande oportunidade a que se refere Netanyahu é a penetração no território sírio, numa ação preventiva, segundo Desirée Rugani. O país judeu realiza bombardeios em locais onde Assad armazenava armas e avança em região desmilitarizada.
“Em termos de os rebeldes lutarem contra Irã e Hezbollah e impedirem a entrada de mais armamento e forças iranianas, isso é uma boa coisa para Israel. No entanto, se eles se unirem e começarem a tentar ajudar o Hamas, seria outro problema para Israel. Os rebeldes já admitiram que, nesse momento, não têm poder para segurar Israel.”
Que analista internacional mais inteligente e lindíssima demais. Parabens Oeste!
Gostei do artigo, pois me fez ver as alternativas políticas em curso após a queda do regime de Assad com uma explicação bem concisa. Parabéns!