Uma equipe de arqueólogos descobriu um inscrição do texto bíblico Salmo 86, em grego koiné, língua utilizada no Novo Testamento, na Judeia.
Os especialistas revelam que o manuscrito havia sido localizado na Fortaleza da Hircânia, uma construção de cerca de 2 mil anos, que está no Deserto da Judeia.
Leia também: “Morre o ator Michael Gambon, que interpretou Dumbledore em Harry Potter, aos 82 anos”
Pesquisadores da Universidade Hebraica de Jerusalém publicaram um estudo acerca da descoberta no portal Phys.org, na quarta-feira 27.
De acordo com os cientistas, ao analisarem o estilo da escrita, eles concluíram que o texto teria sido produzido por um monge durante a primeira metade do século 6 d.C.
A Revista Galileu informa que alguns erros de gramática também sugerem que o idioma materno do escrivão era outro.
Sobre o texto bíblico encontrado na Judeia
O texto havia sido marcado em uma pedra de construção com tinta vermelha, adornado com uma cruz no topo.
Os líderes do grupo de escavação, Michael Haber e Oren Gutfeld, ambos da Universidade Hebraica, encaminharam o manuscrito a Avner Ecker, epigrafista da Universidade Bar-Ilan, para traduzi-lo.
Ecker determinou que o texto era uma paráfrase do Salmo 86, versos 1 a 2, conhecido popularmente como “uma oração de Davi”.
Em comunicado, o epigrafista disse que esse salmo é um dos mais conhecidos de toda a liturgia cristã, o que explicaria a cruz na parede e a familiaridade do monge com os versos.
Versos sagrados
Originalmente, os versos dizem: “Inclina os teus ouvidos, ó Senhor, e responde-me, pois sou pobre e necessitado. Guarda a minha vida, pois sou fiel a ti”.
No entanto, a versão que os pesquisadores encontraram diz apenas: “Jesus Cristo, guarda-me, pois sou pobre e necessitado”.
Leia também: “Nasa vai investir US$ 1 bi para ‘rebocar’ estação espacial até a Terra”
O epigrafista explicou que os pequenos erros gramaticais são típicos da Palestina Bizantina e “indicam que o monge não era um falante nativo de grego, mas provavelmente alguém da região que foi criado falando uma língua semítica”.
De acordo com Haber, “poucos itens têm tanta importância no registro histórico e arqueológico como as inscrições – e deve ser enfatizado que estes são praticamente os primeiros exemplos do local a terem origem em um contexto ordenado e documentado”.
Os cientistas demonstraram preocupação com a próxima temporada de escavações, prevista para o começo de 2024, em razão da possível presença de ladrões de artefatos.