A Agência dos Direitos Fundamentais (FRA) da União Europeia divulgou um relatório que indica um aumento do antissemitismo na Europa após o início da guerra entre Israel e o grupo terrorista Hamas na Faixa de Gaza. A pesquisa, informa a Folha de S.Paulo, foi realizada entre janeiro e junho de 2024. Contou com a participação de quase 8 mil judeus maiores de 16 anos.
Os dados, coletados em 13 países que abrigam 96% da população judaica da União Europeia, revelam que 96% dos judeus relataram ter sofrido antissemitismo nos últimos 12 meses. As formas mais comuns de antissemitismo incluem a banalização do Holocausto e a responsabilização dos judeus pelas ações de Israel.
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O relatório acrescenta que, desde outubro de 2023, os incidentes antissemitas aumentaram significativamente. Algumas organizações comunitárias judaicas relataram um crescimento de mais de 400%.
Na França, 74% dos judeus afirmam que o conflito gerou um sentimento de insegurança, o índice mais alto entre os países pesquisados. Em toda a Europa, 62% dos judeus compartilham dessa percepção.
O conflito entre Israel e Hamas provocou a morte de aproximadamente 1,2 mil pessoas e o sequestro de mais de 250 em ataques terroristas contra Israel. Em resposta, Israel retaliou o grupo terrorista, em incursão na Faixa de Gaza.
Terceiro relatório apresentado desde 2013
Este é o terceiro relatório da FRA sobre o tema, com pesquisas anteriores realizadas em 2013 e 2018. O documento revela que 76% dos judeus europeus escondem sua identidade em algumas ocasiões, sendo que na França essa taxa chega a 83%.
Além disso, 4% dos entrevistados relataram ter sofrido agressões físicas, um aumento em comparação aos 2% registrados em 2018. A pesquisa também mostra que 60% dos judeus estão insatisfeitos com os esforços de seus governos para combater o antissemitismo no continente.