Seguidores do ex-presidente Evo Morales bloqueiam há 20 dias várias estradas na região de Cochabamba. Trata-se de um protesto contra o governo de Luis Arce, ex-aliado e agora rival do primeiro indígena a assumir a Presidência da Bolívia. O grupo de manifestantes é formado por produtores de coca, camponeses e mineradores.
Nesta sexta-feira, 1º, forças de segurança e tratores foram enviados para desobstruir as vias. Como resultado, manifestantes invadiram unidades militares e mantiveram militares como reféns.
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O governo de Arce começou operações para remover os bloqueios, empregando forças de segurança e equipamentos pesados. Durante o procedimento, gás lacrimogêneo foi utilizado contra os manifestantes.
Esses bloqueios, uma forma comum de protesto no país, visam a defender Evo. Ele passou a ser investigado por supostas ligações com uma menor de idade e recebeu intimação para depor, mas não compareceu.
Evo Morales alega que já foi investigado e não há provas contra ele. Ao comentar a acusação, alega que Arce o persegue. Além de defender o ex-presidente, seus apoiadores protestam contra dificuldades econômicas no país.
O que diz Evo Morales
Na semana passada, Evo Morales divulgou um vídeo relatando um ataque a tiros contra seu carro. Ele acusou o antigo colega de tentativa de assassinato. Autoridades afirmam que o ex-presidente teria disparado primeiro contra policiais.
Esse incidente intensificou ainda mais os protestos na região de Cochabamba. O governo de Arce relata que os bloqueios impedem a circulação de combustível, alimentos e medicamentos. Isso causou prejuízo de US$ 1,7 bilhão à Bolívia.
Tardaron 30 horas para montar una mentira. Siguiendo el libreto de la CIA, la dictadura de la mentira, ahora, quiere convertir a la víctima en victimario.
— Evo Morales Ayma (@evoespueblo) October 28, 2024
Denunciamos que el gobierno de Luis Arce planificó y ejecutó un operativo policial para acabar con mi vida.
Hay muchas… pic.twitter.com/UHnZMqHCUx
Na tarde desta sexta-feira, Evo Morales pediu a seus seguidores que reconsiderassem os bloqueios para evitar “episódios de sangue”. Anunciou também que entrará em greve de fome até que o governo de Arce estabeleça mesas de diálogo.
Os ex-aliados estão em confronto pela liderança do partido Movimento ao Socialismo (MAS) e pela intenção de Evo Morales de se candidatar novamente à Presidência nas eleições do próximo ano.