A Justiça da Argentina decidiu, nesta segunda-feira, 17, que Alberto Fernández será julgado por “lesões graves”. A acusação se agrava pelo contexto de violência de gênero contra sua ex-mulher, Fabiola Yáñez, no período em que ele exercia a Presidência do país.
Durante a fase de instrução, Fernández, de 65 anos, rejeitou todas as acusações. Ele descreveu a denúncia como “uma fraude processual sem precedentes”. Além disso, submeteu um documento de 200 páginas à Justiça para solicitar o arquivamento do processo, mas não obteve sucesso.
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“Jamais exerci violência física, psicológica ou econômica contra Fabiola Yáñez”, disse o ex-presidente.
No mês de agosto, Yáñez, de 43 anos, que atualmente reside em Madri, formalizou a denúncia contra Fernández. Mãe de um filho de 2 anos com o ex-presidente, ela alegou ter sofrido agressões físicas e psicológicas. A advogada Mariana Gallego, que representa Yáñez, destacou que ainda há possibilidade de recurso.
Ex-presidente da Argentina foi considerado culpado
A decisão do juiz Julián Ercolini declarou Fernández culpado pelos crimes de “lesões leves”, cometidos em pelo menos duas ocasiões. Além disso, impôs um embargo de 10 milhões de pesos (equivalente a R$ 54 mil) sobre seus bens. Também determinou que ele informe qualquer viagem que ultrapasse 72 horas fora de Buenos Aires.
As provas incluem fotografias dos ferimentos de Yáñez, seu depoimento e registros de conversas entre o casal em plataformas digitais. Durante uma audiência, em outubro, Fernández reafirmou sua inocência. Alegou que, na realidade, ele foi a vítima de agressões por parte da ex-mulher.
O Ministério Público apresentou provas adicionais, fornecidas pela secretária particular de Fernández, María Cantero. Entre elas, estão imagens enviadas por Yáñez nas quais a ex-primeira-dama aparece com hematomas no rosto e no corpo. O juiz mencionou especificamente duas lesões registradas em fotos, que mostram Yáñez com um olho e um braço roxos. Se condenado, Fernández poderá enfrentar uma pena de até 18 anos de prisão.