Na terça-feira 15, veículos de comunicação noticiaram uma suposta decisão da Secretaria do Comércio da Argentina de suspender a exportação de carne por 15 dias.
De acordo com a imprensa, a medida se daria para que o governo renegociasse com os frigoríficos locais o preço praticado dentro do país.
No mesmo dia, o secretário da Agricultura, Juan José Bahillo, negou a informação. No Twitter, ele disse que o país está “negociando os preços de carne para o mercado interno”, mas que “não há suspensões à exportação de carnes”.
Controle de preços e inflação galopante
Caso a suspensão ocorresse, a medida não seria inédita. Em maio de 2021, o mesmo governo Alberto Fernández interrompeu embarques do produto por um mês, na tentativa de conter os preços praticados dentro do país.
Atualmente, o preço da carne na Argentina já sofre intervenção do governo. A partir de acordos firmados com os principais frigoríficos locais, no âmbito do Programa Precios Cuidados, controlam-se os preços tanto da carne quanto de diversos outros produtos. A medida também visa a frear a inflação, que já passa dos 115%.
Um indicador informal de bem-estar
Reconhecida internacionalmente pela qualidade de sua carne, a Argentina é uma das principais exportadoras globais do produto. No país, seu consumo está culturalmente associado ao bem-estar da população. Reunir-se entre amigos ou familiares para apreciar um bom asado, a carne grelhada, é um elemento cultural importante.
No Brasil: “IBGE registra aumento na produção de carne bovina”.
Segundo levantamento do canal de televisão TN, os preços do quilo da carne bovina na Argentina sofreram alta de até 25% — só na terça-feira. Tais aumentos impactam sensivelmente a vida social dos argentinos.
Com ou sem carne, argentinos vão às urnas
A inflação fora de controle e os juros altíssimos estão no centro do debate público e dos candidatos à Presidência. Em 22 de outubro, os argentinos escolherão seu novo presidente ou optarão pelo segundo mandato de Fernández. Em caso de segundo turno, a escolha ocorre em 19 de novembro.
O atual governante terminou as primárias na terceira colocação, atrás de Patricia Bullrich (do grupo político do ex-presidente Mauricio Macri) e do libertário Javier Milei, cuja vitória sobre ambos os políticos surpreendeu a imprensa e os analistas.
Também achei estranho a colocação dele como candidato
Fernández não é candidato