Neste domingo, 4, o astronauta russo Oleg Kononenko, de 59 anos, entrou para a História e se tornou o ser humano que mais passou tempo no espaço. Ele atingiu a marca de 879 dias em órbita, somados ao longo de cinco missões a bordo da Estação Espacial Internacional (ISS).
Com o resultado, o astronauta russo quebrou o recorde de seu compatriota, Gennady Padalka. Kononenko deve voltar para a Terra no dia 23 de setembro, quando terá ficado, no total, cerca de 1.110 dias no espaço. A marca de mil dias se dará em 5 de junho.
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“Viajo para o espaço para fazer o que mais gosto, não para bater recordes”, disse Kononenko à agência de notícias russa TASS. Na entrevista, o astronauta disse que sente orgulho de seus feitos e ressaltou que o entusiasmo é ainda maior pelo fato de o recorde continuar a ser de um tripulante russo.
Kononenko também sugeriu a construção de “uma verdadeira casa espacial”, para reduzir a dependência dos recursos terrestres. Para isso, recomendou melhorias nos sistemas de regeneração de água, no fornecimento de oxigênio e na reciclagem de detritos espaciais.
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Sobre a vida no espaço, Kononenko contou que não se sente privado ou isolado. Pelo contrário. Os astronautas podem até usar chamadas de vídeo para manter contato com os parentes.
Mesmo assim, o astronauta russo se sente mal por ter perdido dias com seus filhos. “É somente quando volto para casa que percebo que, durante centenas de dias em minha ausência, as crianças cresceram sem um papai”, relatou na entrevista. “Ninguém vai me devolver esse tempo.”
Astronauta russo teve sonho realizado
Quando criança, Kononenko sonhava em viajar para o espaço e ingressou em um instituto de engenharia antes de iniciar o treinamento como astronauta. Em abril de 2008, o russo fez sua primeira viagem para a estação, como parte da 16ª expedição. De lá para cá, participou de seis caminhadas espaciais, totalizando 39 horas e 54 minutos.
A ISS é um dos poucos projetos internacionais em que os Estados Unidos e a Rússia ainda trabalham em conjunto. As relações entre os dois países em outros projetos foram rompidas depois da invasão russa à Ucrânia, há quase dois anos. Naquela época, Washington enviou armas para a cidade de Kiev e impôs sanções a Moscou.
Em dezembro, a agência estatal Roscosmos disse que um programa de voo para a ISS, que será cruzado com a Nasa, foi prorrogado até 2025.
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