A Autoridade Palestina publicou, neste domingo, 19, uma nota à imprensa afirmando que o Hamas não havia cometido o massacre no kibutz Re’im, em 7 de outubro, em Israel, onde acontecia uma rave. O texto dizia que a morte das 364 pessoas que estavam no festival de música havia sido causada por “disparos de helicópteros israelenses”.
Nesta segunda-feira, 20, a mensagem foi apagada. Fontes informaram ao jornal Haaretz, um dos principais de Israel, que a divulgação deste comunicado não foi autorizada pelo presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.
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Além de negar a participação do grupo terrorista nos ataques, o comunicado, emitido pelo Ministério das Finanças da Autoridade Palestina, também acusava Israel de ter passado notícias falsas para a mídia.
De acordo com o texto, o objetivo de Israel era usar as “mentiras” para “justificar sua agressão contra Gaza”.
Benjamim Netanyahu rebate publicação
“Hoje, a Autoridade Palestina em Ramallah disse algo totalmente absurdo”, falou o premiê. “Negou que foi o Hamas que realizou o terrível massacre no festival de música, perto de Gaza. Acusou Israel de perpetrar esse massacre. Isso é uma completa inversão.”
Netanyahu lembrou que o presidente da Autoridade Palestina já havia negado outros massacres da história do povo judeu.
“Abu Mazen [apelido de Mahmoud Abbas], que no passado negou a existência do Holocausto, hoje está negando a existência do massacre pelo Hamas”, disse Netanyahu. “Isso é inaceitável.”
A citação de Netanyahu refere-se à tese de doutorado de Mahamou Abbas, em 1982, pelo Instituto de Estudos Orientais da Academia Soviética de Ciências.
Na ocasião, Abbas apresentou, como estudo de término de curso, um texto questionando não apenas o número de judeus mortos no Holocausto, mas também se as câmaras de gás realmente existiram.
Ainda em resposta ao comunicado da Autoridade Palestina, Netanyahu expressou um desejo futuro:
“Meu objetivo é que, no dia seguinte à destruição do Hamas, qualquer administração civil futura em Gaza, não negue o massacre”, disse. “Não eduque suas crianças para se tornarem terroristas, não pague por terroristas e não diga às suas crianças que seu objetivo final na vida é ver a destruição e dissolução do Estado de Israel.”
O premiê israelense concluiu sua resposta à Autoridade Palestina, dizendo: “Isso não é aceitável e não é a maneira de alcançar a paz.”