O Banco do Japão elevou, nesta terça-feira, 19, a taxa de juros. O índice foi de -0,1% para 0,1%. Com a medida, o país asiático deixou de ter indicador na faixa negativa — ou seja, abaixo de 0%.
Com a medida anunciada nesta terça, o Japão deixa de ter a última taxa de juros negativa do mundo. Também encerra o programa de estímulo monetário mais agressivo da história moderna. O governo japonês, porém, afirmou que as condições financeiras devem permanecer flexíveis.
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A elevação da taxa de juros se deu por sete votos a dois, por meio do Conselho da Autoridade Monetária Japonesa. O órgão equivale ao Banco Central do Brasil.
De acordo com o jornal Valor Econômico, os investidores ficaram decepcionados pela ausência de pistas sobre os aumentos futuros. Além disso, a moeda japonesa enfraqueceu, com cada dólar passando a custar 150 ienes.
O enfraquecimento da moeda japonesa favorece as exportações e as remessas de lucros no exterior dos gigantes industriais do país. Esse movimento impulsionou o Índice Nikkei, o principal da Bolsa de Valores local.
Japão espera inflação a 2%
Em coletiva de imprensa, o presidente do Banco Central japonês, Kazuo Ueda, falou sobre os objetivos da medida.
“Achamos que atingir a meta de uma inflação sustentável a 2% está ao nosso alcance”, disse Ueda. “A política de flexibilização monetária em grande escala serviu o seu propósito.”
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O primeiro-ministro do Japão, Fumio Kishida, elogiou o tom de Ueda e disse que o governo “acredita que é apropriado que o ambiente financeiro flexível seja mantido”.
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