A seleção masculina de vôlei do Brasil se classificou para a próxima fase da Olimpíada de Paris ao vencer o Egito por 3 a 0, na Arena 1 Paris, nesta sexta-feira, 2. Foi a primeira vitória da equipe na competição, depois de ter sido derrotada nas duas primeiras partidas e correr o risco da eliminação.
Contra um adversário esforçado, mas que deixou alguns espaços na defesa, o Brasil pôde jogar mais solto. O experiente treinador Bernardinho já utilizou o jogo como um teste, visando à recuperação do ânimo e da confiança da equipe para a próxima fase, que será eliminatória, provavelmente diante de um adversário de primeira linha.
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Nem por isso, no entanto, a equipe perdeu o poder de concentração diante dos egípcios. Pelo contrário. Havia, entre os atletas brasileiros, a consciência de que o time deveria encarar o desafio com seriedade, para não ser surpreendido e para reencontrar o equilíbrio dentro de quadra. Jogou de forma consistente e assegurou a vaga como terceiro colocado do grupo B.
A questão do favoritismo pesou a favor. A seleção brasileira precisava vencer o jogo em sets diretos (ou perder somente um) para assegurar a classificação sem depender de outros resultados. O teste maior foi este: entrar para vencer por uma diferença grande de sets. O próximo adversário, já nas quartas de final, ainda não está definido.
Nesse jogo, a novidade foi o retorno do oposto Alan ao elenco. Ele ficou de fora das duas primeiras partidas por causa de uma lesão na panturrilha. Estreou nesta sexta-feira em Paris 2024, ao entrar na inversão do 5 e 1.
O ponteiro Darlan terminou como destaque e maior pontuador do jogo, com 15 pontos. Darlan, de 22 anos, é irmão mais novo de Alan, que em março completou 30 anos. Ambos nasceram no Rio de Janeiro.
Semelhanças com os Jogos de 2016
O Brasil manteve a escalação da equipe que vem começando os jogos. Iniciou com Bruninho, Darlan, Lucão, Flávio, Lucarelli, Leal e Thales (líbero). O time se impôs desde o início, com um bloqueio forte e que explorou os espaços deixados pelo adversário.
Fechou o primeiro set em 25 a 11. No segundo set, o jogo se manteve equilibrado até o oitavo ponto. O Brasil, então, deslanchou com vários contra-ataques e venceu o set por 25 a 13.
O último set foi o mais difícil, mas terminou também com uma boa vantagem para o Brasil, 25 a 16. O Brasil soube aproveitar a queda de ritmo do Egito, que, com bons ataques de Issa, Haikal e Hassan, mostrou certa resistência no início do set.
O objetivo agora é superar, em Paris 2024, as más atuações do início da competição e fazer valer a tradição da equipe tricampeã olímpica (1992, 2004 e 2016) para tentar uma medalha, que muito bem pode ser a de ouro.
Nos Jogos Olímpicos de 2016, apesar de ter mais equipes no grupo na primeira fase, a seleção brasileira também teve duas derrotas, uma para os Estados Unidos e outra para a Itália, antes de entrar na fase eliminatória e ir vencendo até conquistar o título, diante da mesma Itália, por 3 a 0.