O comissário da Comissão Europeia para assuntos internos da França, Thierry Breton, renunciou ao cargo nesta segunda-feira, 16.
Breton anunciou sua demissão em um comunicado. No material, afirmou que a presidente da Comissão, Ursula von der Leyen, havia pedido à França para retirar seu nome em troca de um “cargo mais influente”.
“Diante desses últimos acontecimentos — mais um testemunho de governança questionável —, tenho de concluir que não posso mais exercer minhas funções no Colégio”, afirmou o francês.
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Breton foi substituído pelo ministro das Relações Exteriores, Stéphane Séjourné, como candidato de seu país para a próxima diretoria. Nesta semana, Ursula von der Leyen anunciará quem fará parte de sua nova equipe pelos próximos cinco anos.
Thierry Breton, um dos membros mais proeminentes da Comissão Europeia nos últimos cinco anos, é conhecido por seus confrontos com o bilionário da tecnologia Elon Musk e pelos projetos de regulamentação das big techs na União Europeia.
A mudança se desenha como uma disputa de poder entre as duas maiores forças do bloco — a Alemanha, país de origem de Von der Leyen, e a França — em um momento de fragilidade política do presidente francês, Emmanuel Macron, que perdeu as eleições nacionais e europeias.
O presidente francês “sempre defendeu a obtenção para a França de um cargo-chave dentro da Comissão Europeia, focado nas questões de soberania industrial, tecnológica e competitividade europeia.”
Confira o comunicado completo de Breton
“Cara Presidente,
Em 24 de julho, você escreveu aos Estados membros para pedir que indicassem candidatos para o Colégio de Comissários 2024-2029, especificando que os Estados membros que pretendiam sugerir o atual membro da Comissão não precisavam sugerir dois candidatos. No dia 25 de julho, o presidente Emmanuel Macron me designou como o candidato oficial da França para um segundo mandato no Colégio de Comissários – como ele já havia anunciado publicamente às margens do Conselho Europeu, em 28 de junho. Há poucos dias, na reta final das negociações sobre a composição do futuro Colégio, você pediu à França que retirasse meu nome – por razões pessoais que em nenhum momento foram discutidas diretamente comigo – e ofereceu, como troca política, uma pasta supostamente mais influente para a França no futuro Colégio. Agora, será proposto a você um candidato diferente.
Nos últimos cinco anos, eu me esforcei incansavelmente para defender e promover o bem comum europeu, acima de interesses nacionais e partidários. Foi uma honra. No entanto, à luz dos últimos acontecimentos – mais uma evidência de governança questionável –, devo concluir que já não posso mais exercer minhas funções no Colégio. Por isso, renuncio ao meu cargo de comissário europeu, com efeito imediato.
Sinceramente,
Thierry Breton”
Menos um censor. A única obrigação das /big techs/ é não censurar.
Bingo…!