O CEO do Whatsapp, Will Cathcart, disse que muitas pessoas usam o aplicativo de mensagens em países onde é proibido. Ele deu a declaração à BBC News, na terça-feira 30.
“Dezenas de milhões” de cidadãos usam soluções técnicas para acessar secretamente o WhatsApp, segundo o chefe da plataforma de mensagens. “Você ficaria surpreso com quantas pessoas descobriram isso”, disse.
Como muitos aplicativos ocidentais, o WhatsApp é proibido no Irã e na Coreia do Norte, além da Síria, onde sofre interrupções. No mês passado, a China juntou-se à lista daqueles que proíbem os usuários de acessar a plataforma segura.
Leia mais: “Biden sanciona lei para proibir TikTok nos EUA”
Outros países, incluindo Catar, Egito, Jordânia e Emirados Árabes Unidos, restringem recursos como chamadas de voz. Contudo, o WhatsApp pode ver onde seus usuários realmente estão, graças aos seus números de telefone registrados.
Apple é obrigada pela China a interromper o Whatsapp aos chineses
A China ordenou que a Apple impedisse que usuários chineses de iPhone baixassem o WhatsApp da AppStore, em abril. Cathcart classifica a medida como “lamentável”, embora o país nunca tenha sido um grande mercado para o aplicativo.
“Essa é uma escolha que a Apple fez”, afirmou o CEO. “Não há alternativas. Quero dizer: essa é realmente uma situação em que eles se colocaram na posição de realmente impedir alguma coisa.”
Os usuários do Android, porém, ainda podem baixar o WhatsApp sem passar pelas lojas oficiais. Mas, em outros lugares, Cathcart explicou que a ascensão das redes virtuais privadas (VPNs) e do serviço proxy do WhatsApp, lançado em junho passado, ajudou a manter o WhatsApp acessível.
Criptografia de ponta a ponta
Assim como o WhatsApp e o Signal, ambos criptografados de ponta a ponta para que apenas o remetente e o destinatário possam ler o conteúdo, a China baniu o Telegram e exigiu a remoção do aplicativo de microblog Threads.
Cathcart falou à BBC no último dia do evento World Service Presents, sobre a liberdade na internet. Ele considera fundamental a exportação de plataformas tecnológicas ocidentais para a difusão dos valores da democracia liberal.
Entretanto, o CEO do Whatsapp admite que o poder das redes sociais diminuiu, juntamente dos ideais ocidentais de uma internet livre e aberta. “Certamente está sob ameaça, e acho que é uma luta”, afirmou. “Temos muito orgulho em fornecer uma comunicação privada segura, livre de vigilância de governos autoritários, ou mesmo de censura governamental, a pessoas de todo o mundo que de outra forma não a teriam. Mas é uma ameaça constante e uma batalha constante.”
Saiba mais: “Biden sanciona lei para proibir TikTok nos EUA”
Cathcart fez questão de expressar preocupações sobre as contínuas medidas do governo chinês, inclusive no Reino Unido, para proibir a criptografia de ponta a ponta e permitir que a polícia leia as mensagens de suspeitos de crimes. Segundo o CEO, as pessoas se preocupam com a privacidade.
+ Leia mais notícias do Mundo em Oeste