Os ataques recorrentes da Rússia contra a Ucrânia podem piorar a vida de civis com a aproximação do inverno na Europa. O conflito armado afetou as infraestruturas básicas de milhares de residências ucranianas, como os sistemas de abastecimento de energia e água.
“Com a chegada do inverno, as pessoas vão ter dificuldade para suprir necessidades básicas, como água potável e aquecimento”, afirmou Guislain Defurne, chefe de operações do Comitê Internacional da Cruz Vermelha. “Ataques à infraestrutura civil colocam vidas civis em perigo e são proibidos pelo Direito Internacional Humanitário.”
A Cruz Vermelha, instituição que atua na defesa de pessoas em situação de vulnerabilidade, informou que segue reparando as infraestruturas destruídas durante a guerra antes que as temperaturas comecem a cair significativamente. “Nossas equipes vão continuar ajudando as comunidades afetadas e as autoridades locais com as quais trabalhamos de perto há anos”, afirmou Defurne.
Nos últimos dias, a Rússia realizou uma série de ataques a usinas elétricas da Ucrânia. Em dezembro, quando o inverno começar oficialmente, o país vai voltar a enfrentar o período mais frio do ano. Dependendo da região, as temperaturas podem despencar a -20°.
Guerra energética
A guerra energética de Vladimir Putin contra a Europa está fracassando, mostra artigo publicado em setembro no The Wall Street Journal. O presidente da Rússia diminuiu consideravelmente o fornecimento de gás natural aos países do continente, com o objetivo de pressioná-los a deixar de apoiar a Ucrânia. No entanto, o preço do insumo está cada vez mais baixo. E as finanças de Moscou estão se deteriorando à medida que os europeus estabelecem planos para lidar com a escassez do gás russo.
Os sinais de que a estratégia econômica de Putin está fracassando coincidem com os retrocessos dos russos no campo de batalha, visto que as forças ucranianas recuperaram territórios ocupados pelo Kremlin na região leste do país.
A União Europeia (UE) alega que o propósito do presidente russo é infligir dor às famílias e às empresas do continente. A ideia seria pressionar os cidadãos dos países a protestarem contra seus governos, para que deixem de aplicar sanções econômicas a Moscou.