Depois de três anos dos bloqueios mais rígidos em todo o mundo para tentar conter a pandemia de covid-19, a China continental abriu as fronteiras marítimas e terrestres com Hong Kong e acabou com a exigência de quarentena para os viajantes que chegam ao país.
Segundo a agência Reuters, neste domingo, 8, longas filas se formaram nos balcões de check-in do aeroporto internacional de Hong Kong para voos para cidades do continente, incluindo Pequim, Tianjin e Xiamen. Os meios de comunicação de Hong Kong estimaram que milhares iriam ingressar na China. A agência estatal Xinhua divulgou imagens das longas filas no ponto de controle entre Hong Kong e Shenzhen.
Entrevistada pela Reuters, a moradora de Hong Kong Teresa Chow disse que há anos não via os pais, que moram na China. “Meus pais não estão bem de saúde e eu não pude voltar para vê-los mesmo quando eles tiveram câncer, então estou muito feliz em voltar e vê-los agora”, declarou.
Segundo estimativa do governo chinês, cerca de 2 bilhões de viagens são esperadas nesta temporada, quase o dobro do movimento do ano passado e recuperando para 70% dos níveis de 2019.
Muitos chineses também devem começar a viajar para o exterior. Mas vários países, preocupados com o aumento da doença na China, estão impondo restrições aos viajantes do país, como a exigência de exame de covid.
De acordo com analistas, as viagens não retornarão rapidamente aos níveis anteriores à pandemia devido a fatores como a escassez de voos internacionais.
O Partido Comunista Chinês começou a flexibilizar as duras regras da covid zero apenas no início de dezembro, depois de uma série de protestos nas maiores cidades do país. Os manifestantes estavam revoltados com a falta de socorro imediato a vítimas de um incêndio em um prédio, no fim de novembro. Dez pessoas morreram no incêndio em Urumqi, capital da Província de Xinjiang.
Antes da abertura das fronteiras, a China deu fim ao isolamento obrigatório para pessoas assintomáticas ou com sintomas leve de covid e parou com os testes em massa, além de suspender o uso de um aplicativo que rastreia pessoas que tiveram contato com doentes.
De acordo com a imprensa internacional, o número de casos graves e de mortes disparou depois do fim das medidas, já que os hospitais estão lotados e haveria filas nos crematórios do país. Vídeos foram postados nas redes sociais de supostas cremações em ruas do país.
Oficialmente, porém, a China relata poucas mortes desde a reabertura. Desde o início da pandemia até agora, foram confirmadas pouco mais de 5,2 mil mortes no país por covid-19.
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