As ações da ditadura chinesa no território de Xinjiang violaram todas as disposições da Convenção sobre a Prevenção e Punição do Crime de Genocídio das Nações Unidas, de acordo com um relatório independente feito por mais de 50 especialistas globais em direitos humanos, crimes de guerra e direito internacional. Xinjiang é um território autônomo no noroeste da China com muitas minorias étnicas, sobretudo uigures, com presença muçulmana.
O relatório divulgado ontem, terça-feira 9, pelo Newlines Institute for Strategy and Policy, de Washington D.C., expõe que o regime chinês “tem responsabilidade de Estado por um genocídio em curso contra os uigures, em violação da Convenção de Genocídio (ONU)”. É a primeira vez que uma organização não governamental realiza uma análise jurídica independente das acusações de genocídio em Xinjiang, incluindo a responsabilidade que a China pode assumir pelos supostos crimes.
Acredita-se que até 2 milhões de uigures e outras minorias muçulmanas tenham sido colocados em uma ampla rede de centros de detenção em toda a região, de acordo com o Departamento de Estado dos Estados Unidos. Neles, ex-detentos contam que foram sujeitos a doutrinação, abuso sexual e esterilização. A China nega as acusações de abusos dos direitos humanos, alegando que os centros são necessários para prevenir o extremismo religioso e o terrorismo. Em coletiva de imprensa realizada em 7 de março, o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, disse que as alegações de genocídio em Xinjiang “não poderiam ser mais absurdas”.
Em 19 de janeiro, dois dias antes de deixar a Presidência dos EUA, Donald Trump declarou que a ditadura chinesa estava cometendo genocídio em Xinjiang. Um mês depois, os parlamentos de Holanda e Canadá aprovaram moções apontando o crime, apesar da oposição de seus líderes. Azeem Ibrahim, diretor de iniciativas especiais da Newlines e coautor do novo relatório, disse que há evidências “esmagadoras” para apoiar a alegação de genocídio. “É uma grande potência global, cujas lideranças são os arquitetos de um genocídio.”
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Com informações da CNN