Apesar das diversas tentativas feitas nos últimos anos pelo Partido Comunista Chinês para aumentar a taxa de natalidade no país, a China registrou o menor índice de nascimentos em mais de 70 anos, conforme dados divulgados pelo Gabinete Nacional de Estatísticas na segunda-feira 17.
No ano passado, a taxa de natalidade ficou em 7,52 nascimentos por mil pessoas, a mais baixa desde 1949 — ano em que se estabeleceu o regime comunista e o Gabinete Nacional de Estatísticas começou a contabilizar os dados no país. Em 2020, essa taxa estava na faixa de 8,52 nascimentos por mil pessoas.
Além disso, o aumento natural da população chinesa, que não inclui imigração, foi de apenas 0,034% no ano passado. Trata-se do menor registro desde 1960, segundo informações do departamento governamental.
“O desafio demográfico é bem conhecido, mas a velocidade de envelhecimento da população está claramente mais rápida do que era esperado”, informou o economista-chefe da Pinpoint Asset Management (empresa de gestão de investimentos), Zhiwei Zhang, em uma entrevista concedida ao site The Asahi Shimbun.
Com a população chinesa em idade ativa diminuindo, a principal pergunta que fica é essa: a China será capaz de cuidar de uma população que está ficando cada vez mais idosa? Para o especialista chinês em demografia Huang Wenzheng, o número de nascimentos ainda deve se manter na faixa de 10 milhões por algum tempo, antes de voltar a cair. Para Wenzheng, a taxa de natalidade vai se manter baixa enquanto não surgirem novas mudanças na política do país.
“Os avanços na carreira podem estar ligados ao fato de você ter filhos ou não; incentivos econômicos; ou até mesmo pagamentos diretos em dinheiro pela sociedade para cobrir o custo de criar uma família,” afirmou Wenzheng, em uma entrevista ao The Asahi Shimbun.