Uma cientista reconstituiu o tecido muscular da Australopithecus afarensis Lucy, um fóssil de 3 milhões de anos, em uma modelagem em 3D. Ashleigh Wiseman, uma cientista da Universidade de Cambridge, foi a responsável pela reconstrução. O registro foi publicado na revista Royal Society Open Science, na quarta-feira 14.
O modelo desenvolvido pela pesquisadora reafirma a hipótese de que Lucy caminhava ereta. Esse tipo de reconstituição digital também é o primeira de qualquer ancestral humano primitivo. Ashleigh modelou os músculos das pernas e da pelve do fóssil.
Além dos dados provenientes de Lucy, a pesquisadora usou exames de ressonância magnética e tomografia computadorizada das estruturas musculares e ósseas de uma mulher e um homem modernos. Com base nisso, ela conseguiu mapear os “caminhos musculares” e construir um modelo musculoesquelético digital.
Sobre o tecido muscular de Lucy
Estima-se que Lucy tinha 1,05 metro de altura e pesava por volta de 28 quilogramas. A Australopithecus afarensis viveu na África Oriental e possuía um rosto semelhante ao de macacos, com um cérebro menor do que o dos humanos modernos.
A maioria dos músculos de Lucy era maior em comparação aos humanos modernos. Por exemplo, os principais músculos das suas panturrilhas e coxas eram mais que o dobro do tamanho dos humanos modernos. Isso representa 74% da massa total da coxa, enquanto nos Homo sapiens essa porcentagem é de 50%.
Lucy in the sky with diamonds… Quando acharam o primeiro fragmento de osso dessa australopithecus, estava sendo tocada no rádio no interior da Etiópia, essa música do Beatles. Apenas para os que ainda não sabem.